Crítica – A Freira

Ambientação obscura e jump scares frequentes marcam o spin-off de Invocação do Mal

Após o imenso sucesso de Invocação do Mal, resolveram investir em Spin-offs da franquia. Já tivemos dois filmes de Annabelle e, agora, temos um filme da personagem que mais fez sucesso em Invocação do Mal 2: A Freira.

O filme conta a história de uma freira que se suicidou em um afastado convento, na Romênia. Após o ocorrido, um padre e uma freira que está prestes a fazer seus votos são chamados para investigar o caso e determinar se o local ainda é sagrado. Escoltados por um morador local até o convento, que na verdade é um castelo macabro, as coisas começam a ficar complicadas a partir do momento que pisam lá.

Toda a ambientação é bem obscura, e os jogos de luz e sombras criam um clima de tensão constante. O visual em geral não deixa nada a desejar, com direito a velas, crucifixos pendurados, masmorras, grades, túmulos e pentagramas, além do próprio castelo em si. Ou seja, todo o necessário para um filme de terror.

A maioria dos jump scares (que acontecem com frequência) são competentes, fazendo com que ao menos uma vez o espectador seja pego desprevinido. Uma coisa que ajuda muito nos sustos é, como em todos os filmes de terror, a trilha sonora. As aparições da freira são marcadas por cantos gregorianos, o que faz um contraste bem interessante com a própria proposta do filme: algo teoricamente puro e sagrado, como uma freira, ser algo demoníaco.

Apesar dos pontos positivos, há algumas falhas no roteiro. Algumas situações são resolvidas muito rapidamente e de modo simplório, sem o desenvolvimento adequado. A parte final, por exemplo, poderia ter sido mais elaborada.

As atuações estão boas, apesar de não ter nenhum protagonista de destaque. A irmã de Vera, Taissa Farmiga, não faz feio como a novata Irene, mostrando até mesmo uma evolução na atriz se comparado com alguns trabalhos anteriores.  O ator Jonas Bloquet (Frenchie) incorpora o personagem que encontra a freira que se suicidou. Na sua primeira aparição, a primeira coisa que vem à cabeça é “personagem descartável” mas, surpreendentemente, não é bem assim. Frenchie acaba se mostrando bem útil, e serve muitas vezes como o alívio cômico do longa e, apesar de momentos de comédia não serem bem vistos em filmes de terror, não é feito de modo forçado. Já o personagem de Demián Bichir, o Padre Burke, é meio decepcionante. Seu personagem, que foi um tanto inútil, poderia ter sido mais bem aproveitado.

A Freira não tem a qualidade de Invocação do Mal e não chega a surpreender no gênero como Um Lugar Silencioso ou Hereditario. Porém, vale destacar que o filme mostra conexões com os filmes de Invocação do Mal, o que provavelmente agradará aos fãs da franquia.

A Freira estréia dia 6 de Setembro nos cinemas.

Texto por Louise Minski