Crítica – 12 Heróis

Um outro ângulo, mas ainda americano

O longa “12 Heróis” é baseado no livro “Horse Soldiers”, do escritor Doug Stanton. A trama conta a história da primeira equipe de Forças Especiais americanas enviada para o Afeganistão logo após os ataques de 11 de setembro. Sob a liderança do capitão Mitch Nelson (Chris Hemsworth) eles devem trabalhar ao lado de um general afegão Dostum (David Negahban) para tentar destruir o Talibã.

Filme patriota? Filme patriota. Porém justas considerações devem ser feitas, principalmente sobre como os afegãos reagem e encaram a guerra. O general Dostum deixa claro que a aliança com os estadunidenses é uma forma de livrar seu país do Talibã, mas sua confiança é algo valioso é difícil de conquistar. O conhecimento de seus homens foram decisivos para que uma estratégia fosse concluída com sucesso e para que as vidas dos soldados fossem preservadas.

Apesar de grandes armas e os tanques, não foram eles que chamaram atenção. Ver cavalos em uma guerra é algo atípico no século XXI, mas foi assim que os afegãos e o “esquadrão suicida” lutaram nas batalhas. O trabalho do diretor Nicolai Fuglsig foi de total importância para que as cenas de batalha fossem bem fotografadas, ainda mais por serem de porte relativamente pequeno.

Chris Hermsworth deixa cada vez mais claro que seu talento não se ajusta bem aos outros estilos como na comédia. Sua atuação pode ser definida como engessada e forçada. A cena foi roubada por Michael Shannon que, mesmo em um personagem pouco aprofundado, apresentou o melhor trabalho dentro do longa.

Em “12 Heróis”, Fuglsig conseguiu algo raro em filmes do gênero ao admitir que os Estados Unidos não prosperam sozinhos. Mas, ainda assim, fica evidente que essa é um outro ângulo da história visto por um estadunidense. A verdade é que, de tempos em tempos, abordagens como essas são necessárias para lembrar que nossas semelhanças podem ser maiores que nossas diferenças.

12 Heróis já está em cartaz nos cinemas.

Texto por Viviane Oliveira