Crítica – Além da Morte (Flatliners)

Um filme que, pelos efeitos, não assombra ninguém

Além da Morte (Flatliners) é um remake do filme nada popular e nada aclamado de 1990, que estrelava Kiefer Sutherland e Julia Roberts. A premissa do filme é a de que existe algo além da morte, e inicialmente o filme aborda isso de maneira bem adulta.

Tudo começa quando Courtney (Ellen Page) faz um experimento de quase morte com seus amigos, para tentar encontrar com sua irmã que havia falecido, e retorna da experiência extremamente mais inteligente e com capacidades cognitivas melhoradas, fazendo assim que seus amigos também decidam passar pelo mesmo processo para obterem os mesmos “upgrades” que ela.

Se o filme seguisse essa linha, tudo estaria ótimo e teria um potencial enorme para ser bem melhor que o original, que já não é lá essas coisas, porém não foi bem isso que aconteceu. O filme que começou com uma proposta séria e com uma fotografia de cair o queixo, aos poucos passa a fazer jus a presença de Nina Dobrev no filme, se tornando um filme teen de péssima qualidade.

O roteiro é tão ruim, que do meio em diante você percebe que tudo saiu completamente de controle dos roteiristas. Mortes aleatórias, mistérios se desenvolvendo e se resolvendo sem o mínimo de consistência. Da metade do filme em diante, o pacing é simplesmente zero. É como se os roteiristas tivessem olhado um para a cara do outro e desistido.

O destaque do filme ficam por conta de Diego Luna (Ray) e Ellen Page, que como sempre conseguem ficar impecáveis mesmo com o roteiro horrível do filme. Kiefer Sutherland (Dr. Barry Wolfson) retorna para fazer um papel diferente do que fez no filme original, e tem sua participação mais como um easter egg do que algo para ser notado ou levado em consideração.

Nem mesmo os efeitos especiais, que tinham tudo para ser bons, já que hoje em dia até mesmo filmes independentes conseguem fazer milagres, ficaram. Os efeitos dos fantasmas e dos mortos não passam de uma maquiagem básica similar aos que Supernatural utilizava em suas primeiras temporadas quando o orçamento da série ainda era bem curto. A trilha sonora não é ruim, mas acaba ficando desconexa por estar colocada em cenas que não batem com a música, tornando a ambientação do filme muitas vezes sem sentido nenhum.

Basicamente, o filme começa com uma proposta séria, vira um filme teen, e no final se torna um filme de suspense dos anos 90 nos moldes de “Eu sei o que vocês fizeram no verão passado”. Resumindo: Só assista esse filme se for fã do Diego Luna ou da Ellen Page.

Além da Morte já está em cartaz nos cinemas.

Texto por Bruno Shepard