Pepper Grinder, desenvolvido pela Ahr Ech, pegou meus pensamentos logo no demo disponível há algum tempo já nas lojas virtuais, como todo jogo distribuído pela Devolver. O visual do game não é super inovativo, mas consegue ter sua própria assinatura e o que assina o jogo é o charme próprio dele que está no próprio título, a esmerilhadeira/furadeira (grinder) utilizado para navegação, combate e exploração.

Você começa a aventura de Pepper numa praia onde aparentemente uma vilã e seus minions estão roubando o tesouro que outro momento era seu, você acorda a tempo de enfrentar eles, mas ao falhar só lhe resta se agarrar ao grinder (que vamos chamar de furadeira daqui para frente).

Implementando nostalgia em jogos novos.

Algo que com certeza motivou a me manter nesse jogo até o fim e tentar pegar todos colecionáveis foi a estranha sensação de nostalgia ao jogá-lo. Inclusive, notei em alguns fóruns a mesma sensação de outros jogadores. Pepper Grinder tem um grande aroma de jogos flash no início dos anos 2000, uma grande saudade de jogos simples e onde o tempo relativamente curto deles tornavam suas mecânicas interessantes pelo tempo suficiente.

O jogo aposta todas as fichas na navegação com a furadeira da Pepper, você vai usar ela para atravessar paredes, lidar com inimigos, achar caminhos secretos, recuperar vida, se atirar de canhões, ligar jet skis, nadar no oceano, propulsor vertical, arma de fogo, chave de portas e a lista vai longe!

Todas essas mecânicas são apresentadas ao longo do jogo em cada um dos quatro mundos, onde a introdução é praticamente orgânica e rápida. Em cinco segundinhos você é apresentado a ela e logo está seguindo o fluxo da missão utilizando a todo momento possível.

Toda essa dinâmica de plataforma 2D baseada em um artefato funciona muito bem. Como disse anteriormente, ela entretém na medida certa, o jogo é curto por um motivo e propósito, basicamente não há historia então simplesmente jogue por jogar, pela pura diversão e simplicidade assim como fazíamos na internet discada em nossos monitores de tubo.

Faça simples e faça bem-feito.

O jogo é bem curto, levando cerca de duas horas para zerar sem compromisso e se estendendo até quatro horas se busca os 100%.

Adianto que, provavelmente você ira buscar os 100%, é muito gostoso revisitar as fases já sabendo o ritmo delas e onde deve procurar pelas moedas de caveira disponíveis nela, até porque você vai acabar utilizando as moedas para liberar fases extras e comprar roupas e penteados diversos para Pepper usar ao longo do jogo.

Os mundos do jogo são separados por um chefe em cada, onde cada um deles funciona no esquema clássico de ter poucos padrões de movimento que são decoráveis e vão te exigir reflexo para cada um desses movimentos. Os chefes, assim como o jogo, são simples, bonitos e muito bem-feitos.

O jogo ser curto, por incrível que pareça, é um dos seus melhores pontos, pois você vê o polimento existente no jogo e nos detalhes visuais, a sutileza de movimento dos objetos e a navegação fluída quando Pepper está atravessando as paredes com a furadeira que faz de tudo um pouco e faz bem-feito.

Pepper Grinder foi uma novidade com tempero de anos 2000

Como disse anteriormente, Pepper Grinder me pegou desde a sua demo pela fluidez e estética, e eu fiquei feliz pela diversão e nostalgia apresentada. Devolver sempre traz grandes títulos da indústria Indie e raramente deixa a desejar, Pepper Grinder se junta ao arsenal de acertos da empresa no quesito diversão.

Uma pena o jogo não estar disponível para mobile, pois casaria muito bem em momentos casuais ou jogatinas mais rápidas e curtas. O jogo funcionou perfeitamente com o Switch mesmo apresentando momento de queda de quadros, como no último chefe que é mais 3D que o resto do jogo. No fim do dia, vale o seu tempo e seu investimento, Devolver sendo Devolver, continuem assim.

Pepper Grinder está disponível para Steam(Windows, Mac, Linux) e Nintendo Switch.