Review – Crash Team Racing Nitro-Fueled

Mesmo com novas mecânicas, o game respeita quem está buscando o clássico

Crash Team Racing talvez tenha sido o melhor derivado de Mario Kart na época do PS1. Na época, a ideia da Sony e da Naughty Dog era simples: oferecer para os jogadores de playstation a mesma experiência que estava presa no Nintendo 64. Com isso, começou a competitividade entre jogos do gênero de carrinho. Claro que outras franquias tentaram entrar no meio, com pérolas como Diddy Kong Racing e algumas coisas bizarras. Com o apagamento de Crash nos games, a franquia de corrida também ficou sumida. Porém, em 2017, com o aclamado lançamento de Crash N.Sane Trilogy, uma chama de esperança acendeu no coração dos fãs. Foi então que surgiu o anúncio de Crash Team Racing Nitro-Fueled.

O game segue a mesma história do original de 1999, com o alienígena Nitros Oxide chegando na Terra para destruí-la. Porém, ele não quer fazer isso do jeito fácil, por isso, Oxide decide que irá dar uma chance para nosso planeta. Cabe aos personagens de Crash Team Racing Nitro-Fueled competirem para ter uma chance de correr contra o invasor e proteger a Terra.

O que precisa ser tirado da frente antes de qualquer conversa sobre Crash Team Racing Nitro-Fueled é que sim, existem mudanças nesse jogo. Não estou falando apenas das alterações visuais, mas existe uma nova mecânica que é fundamental para que as corridas façam sentido: o drift. Ela não é nada nova, afinal outros jogos do gênero já fazem uso disso. A ideia é que você precisa entrar em uma curva derrapando, para que saia dela com uma aceleração maior. Porém, em Nitro-Fueled o drift não é automático. O jogador precisa aprender como e quando é a hora certa de utilizá-lo. Estou falando sobre essa mecânica logo no começo porque ela é muito usada pela IA do modo clássico, sendo necessária caso você queira aproveitar a experiência com toda sua nostalgia.

Isso tirado da frente, é preciso falar. Crash Team Racing Nitro-Fueled é um jogo visualmente impecável. Mesmo que tudo nele seja estilizado com um visual mais cartunesco, ainda assim os detalhes foram muito bem refeitos. As pistas continuam com os desenhos iguais aqueles do jogo original, como cada curva e atalho nos mesmo lugares de antes. Mas todo o processo de atualização visual e adição de detalhes deixam o jogo mais vivo e empolgante.

A jogabilidade por sua vez é…bem, o que se espera de um remake muito bem feito de Crash Team Racing. Porém, com a mecânica drift que comentei, as corridas tendem a ser mais rápidas de serem completadas. O interessante aqui é que se você decidir começar logo pelo modo clássico, ele apresenta um nível de desafio superior para quem não está acostumado com a série. Nesse nível, a IA não terá pena de você, sendo necessário ser habilidoso nas curvas e estratégicos no uso de itens, principalmente aqueles que podem ser deixados na pista, pois em Crash Team Racing Nitro-Fueled, eles também podem servir como um escudo contra alguns projéteis.

Existe também uma parte de microtransações, onde é possível adquirir skins para personagens e karts. A parte boa é que todos esses itens são puramente estéticos, já a ruim é que eles prendem alguns novos personagens nesse sistema de compras. Claro, é possível ganhar as moedas douradas para obter esses objetos jogando nos modos online. Além disso, você também pode desbloquear novos itens correndo no Grand Prix, esse novo modo traz uma série de desafios para serem completados, parecido com o que vemos em sistemas de Battle Pass em jogos de Battle Royale. Assim, é possível ganhar moedas para ter novos personagens e cosméticos. O Grand Prix mantém o jogo sempre atualizado por também trazer pistas inéditas para o game, dando motivos o suficiente para que os jogadores retornem sempre para ele.

Crash Team Racing Nitro-Fueled segue bem a N.Sanity Trilogy, oferecendo ao jogador nostálgico uma ótima chance de reviver um ótimo jogo, além de algo completamente novo para quem está conhecendo o jogo pela primeira vez. Esse remake é bonito, divertido e impossível de jogar apenas uma corrida por sessão, ótimo para festas com muitos amigos ou apenas para relaxar por algumas horas. Nota: 9/10 Crashs fazendo a dancinha da vitória.

 

 

 

Kaio Augusto

Uma pilha gigante de referências. Perdido entre produções orientais e ocidentais, seja nos games, música,literatura, cinema ou quadrinhos. Gasta horas pensando em aventuras de RPG de mesa, teorias malucas ou apenas o que fazer em seguida.