Crítica – Tudo e Todas As Coisas

O filme adolescente – que mais uma vez gira em torno de um primeiro amor dificultado por uma doença séria – não traz muita novidade para o gênero, mas agrada pela química entre os protagonistas

O novo romance e drama teen do momento é Tudo e Todas as Coisas. O livro, originalmente chamado “Everything, Everything”, escrito por Nicola Yoon e lançado em 2015, logo se tornou um fenômeno entre os adolescentes de todo o mundo. Em menos de um ano, sua adaptação para o cinema já estava confirmada e o filme estreia dia 15 de Junho de 2017.

Tudo e Todas as Coisas é a estreia da canadense Stella Meghie na direção, que está muito boa, inovadora e visualmente linda; principalmente para uma história que não lhe permitia muito.

Tudo e Todas as Coisas conta a história de Maddie, uma garota prestes a completar 18 anos que nunca saiu de casa por causa de uma doença extremamente rara. Conhecida como a doença da “bolha”, a Síndrome da Imunodeficiência Combinada impede que ela viva sua vida, saia de casa e conviva com outras pessoas. Dentro de casa, Maddie montou seu santuário e sua rotina, que entre ler e postar críticas de seus livros favoritos também inclui um curso de arquitetura online.

Para lembrá-la de tudo que estava deixando de viver, Olly, um jovem adorável que só usa preto e tem cabelos compridos desarrumados, se muda para a casa ao lado. Daí em diante, o filme segue o caminhar de tantos outros: os dois automaticamente se apaixonam e precisam lidar com as dificuldades que os impedem de viver uma linda história de amor.

Apesar de ser muito clichê e nada original quanto à história – e ter um “plot twist” (reviravolta no enredo) mais previsível ainda, que chega a lembrar episódios melodramáticos de Maria do Bairro – o filme ainda é muito gostoso de assistir e vai com certeza fazer sucesso com o público alvo. 

O principal motivo para tal é a química e a ótima atuação dos atores principais: Amandla Stenberg, que ficou conhecida por fazer o papel da pequena Rue no primeiro Jogos Vorazes; e Nick Robinson, o próximo ladrão de corações de Hollywood. Além do casal convencer e combinar muito, a fotografia e a direção do filme também merecem ser comentadas, assim como uma trilha sonora de indie rock deliciosa.

Como na maior parte do filme Maddie está sozinha em casa e se comunica com Olly apesar pelo celular, era preciso pensar numa forma interessante de ilustrar esses momentos. E Stella Meghie conseguiu. As conversas dos dois são reencenadas em cenários que a protagonista cria em suas maquetes arquitetônicas. O charme extra vem de um bonequinho de astronauta que ela adiciona em todas as suas criações – e que nas cenas reencenadas aparece como um personagem extra, sempre em cena observando os dois, servindo como um alívio cômico fofo.

Apesar do tema juventude mais doença terminal estar bem saturado, Tudo e Todas as Coisas carrega em si o charme de um romance infanto juvenil. É leve, gostoso de assistir e provoca muitos sorrisos, além de algumas lágrimas. Confira a partir de quinta-feira, dia 15 de Junho, nos cinemas de todo o país.

Texto por Marina Tuca Loretti