Crítica – A Torre Negra

Baseado na famosa série literária de Stephen King. A história que mistura fantasia, aventura, ficção científica e faroeste, chega aos cinemas essa quinta-feira, dia 24 de Agosto

A Torre Negra tem uma história complexa com multi universos interligados e protegidos pela existência de uma só torre. Essa torre protege todos os planetas do mal – literalmente, mantendo demônios presos em outra dimensão. A única forma de libertar todas as criaturas do mal é derrubando a torre, o que só pode ser feito através do uso da força presente nos cérebros de crianças especiais.

Parece uma premissa absurda e extremamente simplificada para um filme de 2 horas? Sim. Falta profundidade nos personagens e principalmente uma explicação para diversos itens que compõe a história, como a existência da própria torre. Isso dificulta a entrega à história e nos faz questionar a verossimilhança do universo criado, o que nunca é um bom sinal em filmes de aventura.

Mas o multi universo criado é interessante, as cenas de ação são boas e visualmente o filme agrada bastante. A verdade é que A Torre Negra parece muito mais infanto-juvenil do que vendia ser. Na criação de um universo tão complexo, com peculiaridades bem originais dignas de uma grande série de Stephen King, o filme promete muito mais do que consegue cumprir, desde as discussões filosóficas até a conclusão da história em si.

A Torre Negra apostou toda a sua campanha de marketing nos grandes nomes dos protagonistas: Matthew McConaughey como o vilão e Idris Elba, como o pistoleiro que tem como meta de vida proteger a Torre. Por incrível que pareça, nenhum dos dois surpreendem tanto. A surpresa do filme vem na verdade no menino Jake Chambers, muito bem interpretado por Tom Taylor.

O menino tem visões de todo o universo, mas é podado pela família que acredita que ele tenha alguma doença mental – essa parte do julgamento das conspirações do menino é, aliás, uma das melhores partes do filme. Como o real protagonista, Jake é quem causa mais empatia do começo ao fim e pode ter a força de carregar mais filmes da franquia nas costas.

Outras duas boas atuações vem de Katheryn Winnick (Lagertha, de Vikings) como a mãe de Jake e Claudia Kim (Avengers: A Era de Ultron) que interpreta outra vidente que ajuda Jake a usar seus poderes.

O filme é divertido de assistir, é bem feito e traz bastante ação dos filmes de faroeste com um toque futurista. Mas, infelizmente, A Torre Negra promete muito mais quanto à história e mensagem do que de fato entrega: a sensação é que tentaram contar muitas coisas em pouco tempo e acabaram não conseguindo explicar o que precisava ser explicado para o filme funcionar.

Ainda vale a pena assistir, tanto pelos atores quanto pela criação desse novo e interessante multi universo, mas a dica para quem gosta é: leia os livros de Stephen King porque, com certeza, os maiores problemas do filme devem estar bem resolvidos e melhor explicados na saga.

Texto por Marina Tuca Loretti