Crítica – Slender Man: Pesadelo sem rosto

Fenômeno na internet e decepção nas telas

Considerado o primeiro grande mito da Internet desde 2009 e sendo até mesmo chamado de “lenda urbana americana”, tamanha foram as histórias compartilhadas sobre ele, Slender Man: Pesadelo sem rosto enfim chega aos cinemas. Por causa do impacto explosivo que o mito do Slender Man teve na internet, pensaram que aconteceria o mesmo com o filme, e o que acontece é exatamente o contrário.

A história começa com quatro adolescentes inseparáveis que, em uma noite de tédio, resolvem assistir a um vídeo online de invocação do Slender Man. Após ouvir três badaladas de um sino, você aceita que o Slender Man te perturbe. Algumas pessoas ficam loucas e perturbadas, outras conseguem passar pela experiência ilesas, e outras são levadas por ele.  Terminado o vídeo, as garotas ficam claramente incomodadas com o que acabaram de ver.

Passada uma semana, pesadelos e episódios estranhos acontecem, fazendo com que a lenda ganhe força na cabeça dessas adolescentes.

O longa tem um roteiro fraco e mal explorado, simplesmente jogando o Slender Man ali, tal qual aconteceu na internet, sem explicar sua origem ou desenvolver uma trama mais sólida. As atuações são apáticas e esquecíveis, não há como criar uma afinidade com o grupo de adolescentes que mal esboçam reações críveis.

Até mesmo os jump scares e cenas que deveriam ser assustadoras são decepcionantes, e algumas chegam a ser hilárias de tão toscas. Porém, vale citar que a cena de Wren (Joey King) na biblioteca é uma das melhores, se não a melhor, do filme.

Apesar das cenas não serem bem executadas, a trilha sonora faz um bom trabalho criando um clima de tensão. Muitas vezes a trilha assusta mais do que as aparições em si. Outro problema são os efeitos visuais. Alguns são interessantes, quando vemos o Slender Man à distância se camuflando entre galhos e árvores ou se aproximando, por exemplo. Outros deixam a dúvida se foi mal feito de maneira proposital ou se foi problema de orçamento.

Para uma lenda que teve sua origem na internet, Slender Man: Pesadelo peca até mesmo no quesito tecnologia. O impacto que as redes sociais tem hoje em dia e como algo pode viralizar em um instante passa batido, as garotas utilizam um chat que tem aparência de ultrapassado.

Pode ser que cause alguns sustos aqui e ali mas, em geral, é um filme que não tem nada de memorável, fazendo com que a força do mito continue apenas na internet.

Slender Man: Pesadelo Sem Rosto estreia dia 23 de agosto nos cinemas brasileiros.

Texto por Louise Minski