Crítica – Power Rangers

Uma visão atualizada e divertida dos heróis de collant colorido

Os fãs de Tokusatsu sabem bem que uma das características, pelo menos do início do gênero, era a produção barata. O baixo custo do material produzido às vezes resultava em coisas um tanto quanto toscas. Os super sentais, subgênero de tokusatsu de grupos de justiceiros em armaduras coloridas, sofreu muito com isso. Atualmente, os heróis japoneses veem recebendo versões melhores, com efeitos atuais e roteiros mais elaborados. Power Rangers traz um ótimo exemplo de como algo pode ser revitalizado e renovado para uma nova geração.

Power Rangers traz a história de Jason, Billy, Kimberly, Trini e Zack, cinco jovens que acabam encontrando juntos as moedas do poder que darão a eles poderes para salvar o planeta. Essa força antiga serve para combater àqueles que ameaçam o cristal Zeo, minério com o poder de gerar vida e destruir planetas. Os adolescentes devem treinar sob o comando de Zordon para serem capazes de vencer Rita Repulsa, que acordou após milhões de anos.

Não era necessário ter toda essa explicação, afinal Power Rangers são parte da cultura pop e quase todo mundo sabe do que se trata. A nova versão do grupo multicolorido traz diversas adições interessantes para a mitologia da franquia. O roteiro se apoia no clássico Clube dos Cinco para juntar alguns dos personagens, mas não é apenas uma cópia, ela adapta bem dentro da realidade aonde esses jovens vão se tornar super poderosos em dado momento. Existem muitas referências para a construção da trama e ainda assim é divertida de se assistir.

A maior força de Power Rangers é sem dúvida a construção de personagens. Cada um tem uma profundidade, passam por problemas reais, sendo muito relacionáveis. Há uma jornada particular de auto descoberta para o grupo de protagonistas, seja como equipe ou de maneira individual. Porém essa história mais humana acaba atrapalhando um pouco do tempo de cena dos Power Rangers. A luta com as armaduras é muito rápido, ocupando alguns minutos do terceiro ato do filme. Falta uma sequência maior, para que os fãs possam aproveitar o potencial de ver os heróis lutando no seu auge de força.

Power Rangers respeita a mitologia da série e ainda cria personagens adoráveis pelo caminho. O fan service é utilizado de maneira comedida, principalmente quando Go Go Power Rangers toca, é aplicado de maneira pontual. Adoraria que fosse possível assistir a esse filme ao lado do meu eu de 12 anos, ele estaria pulando na cadeira a cada cena de ação e ao final discutiria qual dos personagens teria gostado mais. Um aviso rápido, Power Rangers conta com uma cena pós-créditos.

Power Rangers chega aos cinemas no dia 23 de março.

Kaio Augusto

Uma pilha gigante de referências. Perdido entre produções orientais e ocidentais, seja nos games, música,literatura, cinema ou quadrinhos. Gasta horas pensando em aventuras de RPG de mesa, teorias malucas ou apenas o que fazer em seguida.