Crítica – La La Land Cantando Estações

O musical dos musicais

Em uma geração saturada de blockbusters e filmes baseados em infanto-juvenil, o que tínhamos de fantástico eram os musicais, mas na nossa realidade, filmes musicais estão perdendo espaço no cinema, será que Damien Chazelle (do fantástico Whiplash) tem o que é necessário para reviver esse gênero?

La La Land conta a história de Mia (Emma Stone) que trabalha numa cafeteria da Warner e é atriz, mas nunca consegue um papel em testes enquanto Sebastian (Ryan Gosling) é um pianista que sonha em ter seu próprio bar de jazz, mesmo não sendo tão popular quanto deveria, é forçando a viver de bicos musicais onde toca o que não quer, eventulamente Mia e Sebastian se encontram e decidem botar a mão na massa.

O filme é dirigido por Damien Chazelle e é de tirar o chapéu toda a condução do filme. A história é orgânica e deixa o espectador sempre com os olhos presos em cada acontecimento. Cada tomada foi calculada e o filme já começa impressionando.

La La Land é uma homenagem brilhante aos musicais dos anos 50, as referências estão na escolha das cores, e acho interessante não cita-las pois é um jogo divertidíssimo procurar pelas tais. Mas é injusto chamar La La Land apenas de homenagem, é muito mais que isso. A composição é impressionante. Nos é apresentado um mundo onde os amantes desta época adorariam viver.

Ryan Gosling está ótimo, mesmo cantando “ok” temos a impressão de que o personagem é dele, ainda mais porque ele é sensacional tocando piano, Emma Stone está maravilhosa e incisiva, ela consegue estabilizar toda cena em que aparece, quando os dois estão juntos o filme brilha e inspira.

Só existem dois problemas notáveis do filme, um deles é quando temos a passagem para o lúdico, não soa natural o suficiente, mas isso é um problema muito pequeno, o outro é que não temos tantas músicas do tipo. (é um problema pessoal, mas creio que você vá compartilhar dessa mesma opinião)

La La Land é uma história de amor, talvez sobre os protagonistas, mas principalmente uma história de amor à arte e aos sonhos, vale a pena ser visto no cinema quantas vezes possível, um espetáculo!

Texto por Gustavo Chagas