Crítica – Animais Fantásticos e Onde Habitam

Retorne ao mundo de Magia e bruxaria de uma maneira fantástica

Com efeitos especiais ainda mais mágicos e a mesma imersão sonora de seus outros filmes, David Yates trouxe mais uma vez para as telas outra obra de J.K. Rolling, dessa vez a história de Newt Scamander em Animais Fantásticos e Onde Habitam.

Para quem cresceu junto de Harry, Ron e Hermione, a expectativa de mais um filme do universo de magias e bruxarias trouxe o mesmo sentimento de nostalgia que o primeiro filme da série, lançado dia 23 de Novembro de 2001 (Aqui no Brasil), despertou em toda a geração de jovens e adultos da época.

Com personagens fortes e carismáticos, criaturas ainda mais incríveis e que pareciam ter saído diretamente da imaginação de muitos dos espectadores, o filme – que se passa 70 anos antes da história de Harry Potter – trouxe um olhar político, cômico e até mesmo crítico sobre diversas posturas e pensamentos de nosso mundo não-maj.

Eddie Redmayne protagonizou o famoso magizoologista Newt Scamander em uma de suas aventuras pela América para completar mais informações em seu livro – Estava escrevendo o livro acadêmico “Animais Fantásticos e Onde Habitam” exigido por Hogwarts no primeiro ano – porém acabou se envolvendo em uma trama misteriosa e até mesmo perigosa para o mundo mágico. Eddie representou Newt de forma maestral, tímido porém muito inteligente, com um olhar apaixonado por suas criaturas e o interesse inevitável por Porpentina Goldstein. Com uma linguagem corporal introspectiva e um jeito todo desastrado porém meticuloso com a sua “maleta”, o personagem ganhou vida de forma fiel aos livros através de Eddie.  Assim como em “A Garota Dinamarquesa” e “A Teoria de Tudo”, trouxe sua sensibilidade artística para o longa, trazendo consigo sua própria identidade para cada um de seus filmes.

Katherine Waterston deu vida à Porpentina Goldstein, antiga Auror do Congresso Mágico dos Estados Unidos da América, cujo título havia sido suspendido por ter interferido em assuntos não mágicos. Katherine trouxe para a personagem uma personalidade forte e doce, assim como nos livros. Apaixonada pela justiça e com a intenção de sempre ajudar as pessoas ao seu redor, ela acaba se envolvendo nas aventuras de Newt e se torna uma das personagens principais da trama. O tom simplista entre os sorrisos e olhares de Porpentina e Newt durante o filme deixam o leve tom de romance ainda mais puro nas cenas finais, tornando ainda mais mágico o interesse entre os personagens. A química entre Katherine e Eddie deixa, sem extrapolar, o romance ainda mais palpável para o ano de 1926.

Alison Sudol e Dan Fogler trouxeram a beleza doce de Queenie Goldstein e o encanto de Jacob Kowalski, os personagens de apoio encarregados por grande parte das cenas de humor inteligente e também a representação fiel de um não-maj ao descobrir as coisas do mundo mágico. Dan e Alison contracenam muito bem com uma ótima química a todo o momento que estão em cena.

O personagem de Colin Farrell, Percival Graves, não é exatamente um vilão, ele funciona mais como um antagonista que só “atrapalha” o protagonista e seus amigos com seus objetivos. Com uma personalidade forte e fria, ele traz, na maioria das vezes, uma sensação de tensão nas cenas, lembrando um pouco o Snape em suas primeiras aparições.

Também temos Ezra Miller como Credence que contracena com Colin Farrel. Uma boa interpretação, levando em conta seus antigos personagens conhecidos como, Flash e Kevin (Precisamos Falar Sobre Kevin). Creedence mostra ser um garoto reprimido e açoitado pela sua mãe desde pequeno.

Efeitos especiais são o que não faltam em Animais Fantásticos e Onde Habitam, como sempre trazendo o mais belos dos efeitos visuais vistos no cinema, seja por seus animais fantásticos ou magias utilizadas pelos Bruxos.  A todo momento o espectador é surpreso em muitas cenas com as belezas do mundo da magia e bruxaria.

Com um enredo previsível, Animais Fantásticos e Onde Habitam não deixa de ser divertido, lindo e nostálgico para os fãs de J.K. Rolling. O filme tem um bom desfecho em sua história solo, assim como a dos personagens, dando uma deixa para o próximo filme que já está confirmado.

Animais Fantásticos e Onde Habitam já está nos cinemas.

Texto por Julia Teixeira