Review – Cuphead

Não negocie com o diabo!

A essa altura você provavelmente já ouviu falar de Cuphead, o game de ação e tiro clássico que segue o estilo run and gun, subgênero que ficou conhecido por suscitar rápidas reações do jogador, fazendo com que este memorize os níveis e padrões de ataque dos inimigos. Focando nas batalhas contra chefes, o mais recente game do Studio MDHR se sobressai na atual geração principalmente devido à arte nostálgica, desenhada no estilo dos desenhos animados da década de 30, bem como pelos efeitos sonoros gravados originalmente do jazz. Além disso, assim como no clássico Contra, Cuphead traz uma proposta de gameplay mais desafiadora para seus jogadores.

A trama 

Ainda que o visual todo trabalhado à mão seja bastante amigável, a história do game é bastante obscura. Os protagonistas, Cuphead e Mugman, vão para um cassino e fazem uma aposta com o próprio Diabo, perdendo suas almas. Para tentar recuperá-las, uma condição é necessária: os personagens devem aceitar a difícil tarefa de coletar a alma de outros, no caso, os difíceis inimigos que surgirão daí em diante.

Mais chefes do que meros inimigos

Diversos mundos estranhos com inúmeros chefes estão prontos para serem enfrentados na história e, no geral, pode-se escolher entre dois tipos de dificuldade (regular e fácil). Ao contrário do que se pode imaginar, em Cuphead, você pode escolher a qualquer momento que boss quer enfrentar, sem ter que, necessariamente, passar por uma fase antes. Apenas 25% do jogo consiste em fases que podem ser acessadas pelo jogador. No entanto, essas fases são de suma importância para adquirir moedas e, consequentemente, comprar novas armas.

As numerosas armas presentes no jogo proporcionam diferentes estilos de combate. Caberá ao jogador adequar cada arma ao seu estilo de jogo ou mesmo às necessidades contra determinados inimigos. A arma disponível inicialmente, por exemplo, causa um dano moderado mas apenas dispara em linha reta. No entanto, há outro tipo de arma que dá menos dano, mas seus projéteis seguem os inimigos que estão naquela área.

Há quem diga que Cuphead não é um jogo difícil, bastando decorar os movimentos e ataques inimigos para avançar. Essa, pode ser uma opinião comum entre jogadores mais adaptados ao estilo hardcore. Em contrapartida, jogadores casuais podem realmente ter dificuldade para superar alguns chefes ao longo do game, mas nada que possar demorar tanto. Um fato é que: o jogo realmente sabe como punir o jogador e como ensiná-lo a se adaptar à jogabilidade proposta e essa é uma das principais razões pela qual Cuphead é viciante.

Muito apego aos detalhes 

A mágica dos nostálgicos cartoons dos anos 30 é certamente a principal referência em Cuphead. Os personagens principais usam trajes muito parecidos aos do Mickey e há todo um trabalho de design num estilo mais old school, fazendo com que o jogo pareça ser antigo. Para conseguir desenvolver um visual tão cativante, os artistas do estúdio apelaram para manter a própria técnica de animação e, dessa forma, o jogo teve seus frames todos desenhados à mão, antes mesmo de serem finalizados.

Um dos aspectos mais chamativos do design artístico são as próprias cores. A paleta de cores utilizada para Cuphead apresenta tons vivos, próprios dos desenhos animados. É também preciso mencionar excelente trabalho realizado em termos de trilha sonora. Enfrentar grandes bosses ao som de faixas de jazz é, provavelmente, uma das possibilidades mais divertidas presentes no título. Composta por Kristofer Maddigan, são ao todo 56 faixas que variam entre o jazz tradicional swing e ragtime.

E por fim…

Contando com uma direção de arte impecável, uma trilha sonora empolgante e uma jogabilidade rápida, precisa, divertida e desafiadora, Cuphead é uma das melhores escolhas de games para 2017. É também uma boa opção para quem procura um jogo para se aventurar cooperativamente com um amigo, de modo local.

Ajudar a libertar as almas de Cuphead e Mugman pode não ser uma tarefa nada fácil, mas é, sem dúvida, apaixonante.

Cuphead já está disponível para PC (Steam/GOG) e Xbox One.

Está análise foi feita através de uma cópia cedida pela plataforma GOG.com

Letícia Motta

Huge nerd. Apaixonada por eSports, JRPG's e ficção científica. Passa as horas vagas nos videogames e PC.