Crítica – Rampage: Destruição Total

Destruição, caos e violência, mas nem tanto

Quem viveu a década de 90 provavelmente se lembra de um jogo do saudoso Nintendo 64 chamado Rampage, onde o objetivo era causar o maior caos e destruição possível com George, Ralph e Lizzie, quebrando prédios, comendo pessoas e atacando helicópteros e carros policiais. Pois bem, sua adaptação para os cinemas, dirigido por Brad Peyton, segue basicamente a mesma linha.

Seguindo a história do filme, Davis Okoye (Dwayne “The Rock” Johnson) é um primatologista que se comunica com os gorilas por meio de linguagem de sinais. Logo no início, somos apresentados a George, um raro (e provavelmente último de sua espécie) gorila albino salvo por Davis.   A medida que o filme avança, George passa por uma mutação que o deixa com mais de 2 metros de altura e extremamente agressivo. A mutação de George é bem construída, sendo introduzida de forma gradual no decorrer da história, explicando como a mesma ocorreu e seus danos colaterais.

Enquanto Davis, acompanhado da geneticista Dra. Kate Caldwell (Naomie Harris), tenta lidar com George, que até então não foi totalmente dominado pela agressividade, e descobrir como lidar com o problema, somos apresentados a Ralph, um dos lobos da matilha, também afetado. Nessa cena em especial temos alguns momentos exagerados, tanto na violência quanto nos efeitos, que remetem bem ao game.  Vale citar que Joe Manganiello (Alcide em True Blood), apesar da breve aparição como soldado, cumpre muito bem seu papel. Para quem assistiu True Blood, certamente não passou despercebido o fato de que Ralph estava sendo caçado justamente pelo ator que ficou bem conhecido pelo seu papel de lobisomen.

Harvey Russell (Jeffrey Dean Morgan), agente do governo, é designado para lidar com essa situação absurda, e a atuação de Morgan como um agente cínico e ao mesmo tempo carismático é, certamente, um dos pontos altos do filme.  Morgan dosa muito bem seus momentos de vilão e mocinho.  A interação entre o agente Russell e Davis flui muito bem e sem parecer forçada.

O filme se desenvolve de maneira bem lenta na primeira metade, com diversos diálogos e cenas desnecessárias. A partir de pouco mais da segunda metade, enfim temos a essência de Rampage nas telas: Destruição. E, finalmente, temos o primeiro vislumbre de Lizzie em toda sua glória. George, Ralph e Lizzie, por fim, aparecem juntos para gloriosamente acabar com tudo que estiver no caminho.

Os fãs do game talvez fiquem ligeiramente desapontados, pois os momentos de caos, destruição e violência, apesar de existirem, não duram tanto.

Peyton, em entrevista, afirmou que diminuiu a violência que deveria estar presente no filme. E, de fato, apesar de ter seus momentos, Rampage peca um pouco nesse sentido, ainda mais se tratando de uma adaptação de um jogo que tem justamente a violência desmedida como um dos pontos principais.

A qualidade do CGI é bem surpreendente, com destaque para Lizzie. O crocodilo é muito bem detalhado e notável. Porém, o efeito 3D do filme não impressiona. Os destaques de atuação vão, como já citado acima, para Morgan e, é claro, para Dwayne Johnson, que cada vez mais se mostra um grande nome de Hollywood.

Salvo algumas exceções, Rampage tem atuações medianas, a presença de alguns personagens acaba sendo esquecida ou pouco desenvolvida, e momentos um tanto entediantes, sem muitas surpresas ou grandes emoções. Vez ou outra apela para um alívio cômico, que nem sempre funciona.  É um daqueles filmes para se assistir sem grandes expectativas e como um bom passatempo, apenas relaxar e se divertir com certos exageros e momentos de caos.

Rampage – Destruição Total estréia dia 12 de abril nos cinemas.

Texto por Louise Minski

 

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.