Crítica – O Mago das Mentiras

Telefilme da HBO relevante para o momento político brasileiro fala sobre a maior fraude financeira da história dos EUA

O novo filme original HBO estreia na televisão este sábado, dia 20 de maio, as 22h. O filme, baseado no livro de não-ficção homônimo é muito bem dirigido por Barry Levinson, que entre altos e baixos ganhou o Oscar de melhor diretor por Rain Man em 1989.

O Mago das Mentiras explora o caso de Bernard Madoff, o criador de uma das maiores empresas financeiras de Wall Street e dono do maior caso conhecido de fraude – mais de 50 bilhões de dólares. Interpretado por ninguém menos que Robert de Niro, o filme conta ainda com outros nomes de peso, como Michelle Pfeiffer no papel da esposa do milionário.

Ex-consultor financeiro de Wall Street, Bernard Madoff era considerado um Deus dos investimentos. Milhares de americanos confinaram à sua empresa todos os seus bens e perderam absolutamente tudo quando o esquema Ponzi, como ficou conhecido, foi descoberto no final de 2008. Madoff assumiu seu esquema de fraude e foi condenado a 150 anos de prisão. Seus filhos, Mark e Andy, que trabalhavam na empresa, foram pesadamente perseguidos pela mídia; mas segundo Madoff, nem eles e nem sua esposa sabiam de absolutamente nada.

Com uma visão pessoal do caso, focando em como as escolhas egoístas de Madoff afetaram aqueles ao seu redor, o filme é forte e crítico. O drama trata de forma delicada e emotiva como a ganância e prepotência do executivo afetaram, principalmente, sua família; que ele acreditava tão cegamente estar protegendo.

Talvez seja um pouco mais longo do que o necessário, mas O Mago das Mentiras é muito interessante e bem relevante para o momento político brasileiro. Contada pelo ponto de vista do próprio Madoff em uma entrevista, já preso, sua versão da história se intercala com flashbacks que mostram a realidade da situação – e de sua questionável personalidade.

Com ideias deturpadas do que é certo e errado que chegam a ser cômicas de tão absurdas, o filme traz importantes questionamentos sobre o que é justiça em um mundo tão dominado pela corrupção e os interesses pessoais.

Texto por Marina Loretti