Review – The Red Strings Club

Incarne um barman que sabe de tudo e todos e conspire contra a política deste mundo cyberpunk

O desenvolvedor independente Deconstructeam, mesma criadora de God Will Be Watching, e a Devolver Digital lançaram The Red Strings Club, uma experiência narrativa cyberpunk sobre destino e felicidade, com o uso extensivo de biocerâmica, bartending e espionagem para derrubar uma conspiração corporativa. Uma poderosa corporação Supercontinent Ltd, que se auto denomina altruísta, está à beira de liberar um sistema que eliminará a depressão, a raiva e o medo da sociedade. No entanto, o barman de um clube clandestino e um hacker freelance não consideram esta evolução como uma melhoria, mas como lavagem cerebral. Ao lado de funcionários involuntários da empresa e de uma androide, a dupla vai mexer as cordinhas para acabar com esse esquema.

Um point and click bem intrigante que coloca o jogador na pele de um barman do subúrbios que sabe das coisas e sua única moeda de troca são informações. Uma ótima atmosfera cyberpunk com uma trama que faz qualquer um questionar se certas coisas deveriam ou não acontecer. Inicialmente, o jogador entra na pele de Donovan um mero barman com habilidades psíquicas que consegue atingir tal sentimento na pessoa com suas bebidas, com isso, é só fazer a bebida propícia e fazer as perguntas certas para obter as informações necessárias de cada personagem.

Do outro lado temos Brandeis, seu parceiro de longa data que optou por ter melhorias tecnológicas em seu corpo. Com ele é possível obter informações por meios tecnológicos e é o acervo móvel da dupla, que põe a mão na massa em campo. Junto deles tem uma Androide chamada Akara que ajuda os dois com seus planos conspiratórios.

O questionamento de ser humano ou não com melhorias tecnológicas vem desde Deus Ex, com seu pensamento de “se tenho uma perna robótica ou qualquer melhoria no meu corpo, não sou mais humano”. Essa discussão é perceptível entre Donovan e Brandeis, mas cada um aceita o jeito do outro.

Ao decorrer de The Red Strings Club, com as informações que vão sendo obtidas após a visita de cada personagem ao bar, a trama se complica e fica ainda mais questionável o que se deve fazer com o conhecimento obtido. É possível não obter o necessário caso o jogador seja desatento, deixe algo passar ou até mesmo erre na bebida, mas não afeta ao decorrer do gameplay, deixa ainda melhor, pois é possível ter resultados variados a cada vez que for jogado, tendo diálogos diferentes e até mesmo personagens que não foram vistos das outras vezes, assim como seu final.

The Red Strings Club não é nada frustrante em comparação a Gods Will Be Watching, que foi necessário ser incluso um modo fácil no jogo após lançamento para as pessoas conseguirem jogar e apreciar um pouco, mas nesse jogo não é o caso, é possível terminar em questão de algumas horinhas caso se dedique e se empolgue com a trama.

Seu visual e trilha sonora são lindos do começo ao fim, deixando qualquer fã de cyberpunk babando. Nada como um Jazz suave e um mundo tecnológico corrompido, não é mesmo? A filosofia imposta neste jogo, apesar de famigerada e clichê, prende muito a quem joga porque ele deixa o jogador expor sua opinião ali mesmo nos diálogos entre os personagens.

The Red Strings Club já está disponível para PC, Mac e Linux

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.