Review – Phantom Doctrine

A espionagem é mais importante que o combate

Jogos de espionagem é algo raro de se ver e quando tem são sempre uns diferentes dos outros. Phantom Doctrine, desenvolvido pela CreativeForge,em parceria com a Good Shepherd,traz outra visão do mundo da espionagem junto de elementos de RPG Tático, uma combinação interessante abordando o modo stealth que remete a Invisible Inc. e o combate de XCOM.

O jogo se passa no ano de 1983, ápice da Guerra Fria, o jogador deve escolher criar seu agente na CIA ou na KGB, sendo possível customizar tudo, desde o nome e codinome até o visual do personagem. Após uma missão de tutorial conhecemos a base de operações e como as coisas funcionam lá, e é nesse momento que o jogo fica interessante e ganha destaque.

 Para quem já experimentou XCOM, sabe como a base de operações funciona antes de cada missão, mas em Phantom Doctrine é mais interessante e complexo cuidar da base secreta do que executar as missões. Além de questões de treinar os agentes, forjar novas identidades, montar quadro de pistas para revelar espiões inimigos e muitas outras funções.

Antes de enviar os agentes para missões, toda a abordagem de pesquisa de campo e conhecer o território, feito na base, é extremamente importante e ajuda bastante na hora de enviar os agentes em campo, abrangendo o modo de abordar a missão e ter uma taxa de sucesso maior.

A parte do RPG Tático por outro lado, traz toda a dificuldade do XCOM mais a estratégia de Invisible Inc.. O sistema de cobertura entre objetos e paredes funciona normalmente, já a mecânica de usar habilidades e chances de desviar de fogo inimigo depende de um fator que pode ser meio confuso de início para alguns jogadores se acostumarem. Vale mencionar o fator positivo de que não existe porcentagem de erro e acerto, mas sim um dano máximo ou mínimo que será causado dependendo da posição de ambos e arma utilizada.

Diferente de XCOM, não há classes pré-definidas para armas, nesse caso existe a especialidade do agente com o tipo de arma, dependendo do treinamento realizado, novas armas entram no “portfólio” e assim causando mais dano ao inimigo. Independentemente do quão forte os agentes forem, a maioria das missões valem mais a pena fazerem em modo furtivo do que atirando para todos os lados.

Phantom Doctrine traz uma dificuldade deveras chata, mas nada que tire a graça do jogo ou faça com que o jogador desista, mas sim o contrário. É possível escolher o Nível do jogo e alguns elementos que possam dificultar ou favorecer antes de começar a história, essa questão é de cada um, mas vale mencionar que as missões são mais complicadas do que parecem ser.

Para os amantes do mundo da espionagem, Phantom Doctrine é um prato cheíssimo de intrigas, mistérios e subterfúgios, para os que apreciam um bom RPG Tático podem até gostar, mas talvez fiquem um pouco cansados com a parte de gestão da base de operações, contudo, é um excelente indie e um dos melhores do ano.

Phantom Doctrine já está disponível para PC, Ps4 e Xbox One.

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.