Review – Life is Strange 2 (Episódio 1 – Roads)

Os sentimentos sempre carregam uma boa história

Apesar dos defeitos, Life is Strange contava uma ótima história. Um dos finais é capaz de dilacerar o coração daqueles que ficaram tão próximos das personagens principais. A mistura de música com o ato do final de todos os cinco episódios era algo que alguns jogo seletos conseguem fazer: trazer sentimentos reais ao jogador. Em Life is Strange 2, esta capacidade é apresentada logo nos primeiros minutos.

Desta vez, acompanhamos a história dos irmãos Sean e Daniel Diaz, que precisam fugir de casa depois de sofrerem um infortúnio terrível na rotina deles. A cena acontece logo no começo, mas contá-la estragaria toda a miscelânea de emoções que ela carrega.  Life is Strange 2 corrige um dos maiores defeitos do jogo anterior, a maneira como adolescentes são representados. Se no primeiro tínhamos Chloe com sua gírias próprias que pareciam saídas de homem adulto escrevendo uma garota de 16 anos, aqui vemos inseguranças, pequenas vitórias e conexões mais reais entre os jovens.

O gameplay de Life is Strange 2 carrega o mesmo gameplay do primeiro, porém, sem os poderes de manipulação do tempo de Max. Ao falar de coisas sobrenaturais, aqui o jogador é apenas um testemunha do que está acontecendo, incapaz de manipular esta estranheza que dá título ao game. Sem dúvidas, a mecânica que mais acrescenta na narrativa são os diálogos que Sean e Daniel podem compartilhar. Esta relação em forma de mecânica acrescenta uma riqueza nos detalhes da narrativa, tornando os protagonistas ainda mais adoráveis.

Life is Strange 2 – Roads coloca nas mãos do jogador o destino de duas pobres almas inocentes e pede que daqui até o final temporada, que você zele por elas. Cada tensão é um peso nos sentimentos, enquanto cada vitória provoca uma lágrima de alívio. Enquanto o primeiro jogo prendia a atenção com uma catástrofe que destruiria uma cidade inteira,  o final deste primeiro episódio é quase como se o jogo perguntasse “Você não quer que fique tudo bem com estes dois?”.

Kaio Augusto

Uma pilha gigante de referências. Perdido entre produções orientais e ocidentais, seja nos games, música,literatura, cinema ou quadrinhos. Gasta horas pensando em aventuras de RPG de mesa, teorias malucas ou apenas o que fazer em seguida.