Review – Legend of Mana (2021)
Dedicação, carinho e talento são boas palavras para descrever um remaster tão importante quanto o de Legend of Mana (LoM) para os hardwares modernos. Admito que a princípio eu estava lutando contra um remaster sair a um preço tão alto, mas após ver cada cenário, cada loading, cada momento refeito a mão, a ideia mudou um pouco.
Legend of Mana é um J-RPG histórico e importantíssimo para a “Mana Series” e se tornar o Final Fantasy VII da sua saga, isso é devido ao grande sucesso do RPG no ocidente.
Um jogo que para época tinha pixel arts incríveis, trilha sonora marcante e um combate divertido se mantém assim até hoje. Foi com muito amor e carinho que joguei esse remaster e com os mesmos sentimentos que escrevo esse texto. O jogo possui sim suas falhas e falta de polimento, mas no geral foi uma visita saudosista como quem não via um amigo de infância há anos.
Em geral, nada da história original foi alterada, isso tem seu lado bom e seu lado ruim pois Legend of Mana é um jogo altamente focado em side quests e sem clareza de onde prosseguir suas quests principais, sem ajuda de um tutorial ou de um detonado. Caso você seja daqueles fãs dedicados que para seu dia para ler fóruns e discussões sobre a história, é um prato cheio, mas caso você só queria sentar-se em casa e jogar seu RPG pela história, posso dizer que há títulos mais sólidos para isso.
Caso você já conheça a trajetória de Legend of Mana e esteja jogando pela segunda ou terceira vez a diluição de conteúdo não será um problema ou empecilho, na realidade te garanto que o seu prazer a ver toda beleza das artes dos cenários refeitas e agora em 16:9 será um prato cheio junto a sobremesa que é a trilha sonora rearranjada.
A história de LoM não foge muito do padrão onde um mundo em paz agora enfrenta uma mal terrível e somente você pode salvá-lo, o jogo te ganha nos personagens secundários e histórias complexas de cada um deles, deixa a sua história como protagonista muito mais próximo de um narrado participante ou somente uma testemunha ocular dos ocorridos no mundo que você cria, literalmente pois quem monta o mapa do jogo é o jogador.
O jogo ainda é muito complexo no sentido de como você cria o mundo, onde você posiciona cada mapa, com qual NPC você conversa em qual ordem, como e quais habilidade melhorar, quais pets fazer e o sistema impossível de compreender de fundição de armas. Se para você essa enorme variedade lhe assusta pode ficar tranquilo que tudo isso é muito opcional, o jogo é muito aberto para caso você queria somente completar ele ou conhecer todo conteúdo e profundezas e minucias de seu gameplay.
LoM trás um mix de coisas da versão americana com a versão japonesa e inclui os bônus de saves (como um chocobo caso você tivesse um save de FFVIII em seu memory card), o balanceamento permanece igual ao do qual a versão de PlayStation 1 em inglês que eu joguei há muitos anos atrás e isso pode ser considerado um ponto negativo.
Explico aqui o comentário, o jogo foi praticamente refeito, alteraram configurações dos encontros com inimigos, adicionaram o mini-game exclusivo do japonês, agora tem auto-save, entre outros, porém, o combate ainda é travado e lento, não digo que deveria se mudar tudo mas sim otimizar, o combate era bom para sua época em PlayStation 1 mas estamos falando de Switch, de Playstation 4/5 e de PC, poderíamos ter alguma features que ajudassem o jogo além da função de “evitar os combates”.
Tirando esse problema que eu vejo que em 2021 é nada além de um prolongador de hora de jogos de forma artificial, o LoM de 2000 teve um remaster ao nível que merece, os chefões imensos em pixel art estão presentes, a enorme variedade de armas, personagens secundários cativantes e uma trilha sonora das melhores do mundo dos jogos.
Caso você seja um entusiasta de J-RPGs ou um fã assíduo do original como eu, vá de cabeça e mergulhe num dos melhores jogos de PlayStation 1 já feitos, agora caso você encontrou ele ocasionalmente sugiro esperar uma promoção e baixar um detonado para te ajudar no enrolado e gigante mundo de Legend Of Mana.