Review – Just Dance 2018

Uma aula sobre como dar a volta por cima na repetição

Durante o declínio dos jogos de ritmo instrumentais, como a saga Guitar Hero, a Ubisoft trouxe timidamente um jogo de premissa simples para o Wii. Just Dance aproveitava dos controles de movimento do console da Nintendo para incentivar  jogadores à seguirem a coreografia apresentada na tela. Oito anos após uma ideia sem grande ambições, Just Dance 2018 chega mostrando que tornou-se uma poderosa franquia de ritmo, e que mesmo após uma infinidade de títulos diferentes ainda há maneiras de vencer a mesmice.

O ritmo é para todos 

O que antes era um experiência limitada aos usuários de leitores de movimentos, como o Kinect ou Wii mote, deixou de ser uma amarra em Just Dance 2017. O título do ano passado implementou o uso de smartphones como ferramenta de captação. Isso tornou a série ainda mais acessível. Porém no início, o celular não era a ferramenta ideal para dançar, mas Just Dance 2018 aprimorou isso. Claro, a evolução constante de aparelhos móveis fez com que fosse um pouco mais fácil aumentar a captação dos movimentos. Não há mistérios no funcionamento desta tecnologia, mas o divertido mesmo é entrar na dança, ao invés de focar apenas no que dará mais pontos. Sempre existe o medo de acabar transformando o celular em um projétil e o disparando pela sala em um momento mais empolgado, mas o próprio Just Dance 2018 mostra a maneira correta de segurar o aparelho. Telas menores facilitam este processo, não sendo incomodo ao decorrer de uma sequência de músicas. Utilizar desta modalidade não é tão livre quanto dançar com um leitor como Kinect, mas é a melhor maneira de arrastar diversas pessoas para jogar, mesmo em ambientes sem grandes espaços.

O novo, o velho e o diferente 

Outro grande brilho de Just Dance 2018, assim como outros jogos da série, é a escolha de músicas e coreografias. A produção do game equilibra sempre muito bem entre o que está fazendo sucesso atualmente com ritmos contagiantes do passado. Além disso,  a Ubisoft ainda traz uma carga do peculiar, com músicas em idiomas que vão além do pop dançante, eletrônico frenético ou batidas latinas. Essa escolha apurada de coreografias peculiares traz todo um frescor anual para a franquia. Outro ponto importante são os passos criativos, como em In The Hall of the Pixel, onde o jogador deve simular a aventura de um herói de videogame pixelado. Além disso, Just Dance 2018 coloca diversas modalidades que fogem do fato de, bem, apenas dançar. Exemplo disso é Dance Lab, onde em uma narrativas em capítulos, é preciso copiar os movimentos afobados da figura na tela, como em uma partida de tênis.

No fim, é só dançar 

Just Dance 2018 pode sempre parecer semelhante ano após anos, porém esconde uma arsenal de surpresas para os jogadores mais assíduos. Não há convenção social que não ganhe mais empolgação quando o jogo é colocado para rolar, mesmo tirando os mais reservados de suas cadeiras. Just Dance 2018, em conjunto com Just Dance Unlimited, tem um poder social sem igual, mas que ainda pode ser muito bem aproveitado sozinho.

Kaio Augusto

Uma pilha gigante de referências. Perdido entre produções orientais e ocidentais, seja nos games, música,literatura, cinema ou quadrinhos. Gasta horas pensando em aventuras de RPG de mesa, teorias malucas ou apenas o que fazer em seguida.