Review – Assassin’s Creed Oddyssey

Um jogo que deixa suas origens para trás e se renova cada vez mais

A partir de Assassin’s Creed Origins, a Ubisoft começou a mostrar que queria um rosto novo para a franquia, ter como explorar mais, ter mais escolhas e aproveitar tudo a sua volta da maneira como bem quiser. Apesar disso, o Origins estava mostrando melhorias e engatinhando para algo melhor, eis que lançam Assassin’s Creed Odyssey. Seguindo tudo o que o anterior tinha, mas com grandes melhorias e ainda mais extensão de suas mecânicas, o jogo se tornou um belo RPG, podendo escolher equipamentos com status e até mesmo escolhas de diálogos que mudam o rumo de algumas missões.

Entre histórias que não importam

Assassin’s Creed Odyssey continua a história de Layla Hassan no presente, a qual ninguém liga mais e perdeu o rumo depois de Assassin’s Creed 3. Em busca da lança de Leônidas e mais outro artefato misterioso, ela e sua companheira tentam passar na frente da Abstergo mais uma vez visitando seus antepassados, dessa vez, na Grécia Antiga. A história se passa durante a Guerra do Peloponeso onde o jogador escolhe entre Kassandra e Alexios para viver sua história. Descendente de Leônidas, o protagonista segue a vida de Mercenário que está do lado de quem paga mais.

Com uma história intrigante e cheia de ramificações, Assassin’s Creed Odyssey atrai o jogador e não deixa a desejar, amantes de história e principalmente da Grécia terão um prato cheio. Com uma bela introdução na pele de Leônidas durante a batalha contra o exército de Xerxes, temos uma primeira noção de como o combate e possíveis habilidades funcionam.

Logo após temos o protagonista escolhido envolvido em um diálogo que já nos apresenta como funciona e afetam as escolhas feitas no jogo, depois da experiência o jogador fica livre para prosseguir nas missões como quiser, mas vale mencionar que o jogo realmente começa ao sair da primeira ilha.

Há escolhas que importam

Uma nova mecânica que não param de citar é a de escolhas dentro dos diálogos. Algo que é muito utilizado em muitos jogos de RPG e que muitas vezes fazem diferença no gameplay e atraem mais o jogador, moldando a história e o jeito do personagem como bem quiser. Apesar de Assassin’s Creed Odyssey apresentar isso, não é totalmente perfeito, algumas das escolhas parecem levar para o mesmo caminho e opções de ser agressivo ou charmoso com os personagens só aparecem em momentos propícios. Não é algo que chega a ser de todo ruim, mas talvez seja aprimorado nos próximos títulos.

Algumas missões secundárias, dependendo da escolha no diálogo, pode causar com que ela não ocorra, falhando automaticamente. Apesar de perder a oportunidade de ganhar XP, dinheiro e equipamento, não chega a afetar a história principal, mas é bom pensar antes do que falar da boca para fora.

This is Sparta!

Desde o anterior já tivemos uma noção de como era o segmento de equipamentos e como afetava o personagem, neste já vemos uma versão mais aprimorada e que faz muita diferença em como o jogador prefere abordar certas situações.

Os equipamentos afetam status de combate, assassinato em stealth, arco e flecha e outros como armadura, dps e vida total. Assim como acompanham passivas que aprimoram estes status, tanto nas armaduras quanto nas armas. Todos podem ser melhorados, vendidos e comprados nos ferreiros por todo o jogo, algo que de início é complicado de entender, mas não é como se o jogo estivesse falando grego.

As habilidades fazem grande diferença dentro e fora dos combates em Assassin’s Creed Odyssey. Uma “árvore” maior que a do Origins, também é possível escolher quais habilidades comprar para a abordagem preferível do jogador.

Mundo maior, novas canções

Um dos prazeres que conquistou o coração de muitos em Black Flag foi navegar pelos mares e ouvir as Celeumas da tripulação, um tipo de canção de trabalho que auxiliavam os trabalhadores a manter um ritmo durante suas atividades. Em Odyssey isso não é diferente, só que as canções são em grego, complicando o jogador de reproduzir em voz alta em sua casa, mas isso não deixa de ser proveitoso.

Navegar em alto mar no ritmo da canção é um bom passatempo depois de matar muitas pessoas e saquear outras embarcações. Se o jogador se cansar ou ficar com enjoo do mar é sempre possível utilizar o fast travel em pontos de Sincronização já explorados.

É interessante ver, pela primeira vez, um jogo utilizando uma mecânica parecida com o Sistema Nêmesis de Shadow of Mordor, utilizando outros mercenários. De acordo com as infrações que o jogador comete, seu nível de procurado sobe e surge um preço pela sua cabeça, mas também é possível encontrá-los em cidades e eliminá-los. Não chega a ser de mesmo nível ao Nêmesis, mas é algo que se trabalharem em cima, nos próximos pode ficar muito interessante.

Excelente, porém imperfeito

Apesar de ser só elogios, ainda falta para Assassin’s Creed Odyssey ser perfeito. Problemas com a inteligência artificial do jogo é recorrente, onde muitas vezes os inimigos ficam correndo travados na parede ou parecem burros o suficiente de não enxergar o personagem passando na frente dele.

E os próprios diálogos mesmo, como mencionado acima, chegam a ser limitados e com opções diferentes em momentos programados.

Como citado em entrevistas, o próprio diretor do jogo disse que haverá outros e com opção de escolha entre protagonista masculino e feminino. A série conseguiu se reinventar e melhorar para os nichos atuais de jogos. Ainda há de fazer melhorias, mas a partir daqui é difícil errar.

Assassin’s Creed Odyssey já está disponível para PS4, Xbox One e PC.

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.