Crítica – Buscando…

Thriller contado em Screen Life surpreende

Após um recebimento extremamente positivo no Sundance Film Festival, Buscando chega às telas com um enredo bem conhecido, mas que acaba surpreendendo.

O enredo se trata de algo até clichê: Uma adolescente de 16 anos desaparece e seu pai tenta desesperadamente encontrá-la. Tudo parece apontar para mais um caso em que a filha apenas fugiu de casa, porém, David não acredita nisso e começa sua própria investigação incansável atrás de pistas, contando com a ajuda da detetive Vick. Até aí, já vimos diversos filmes com a mesma premissa. O diferencial aqui é que a história é contada sob a perspectiva de David, utilizando o formato Screen Life, ou seja, a história é contada atrás de telas de computadores ou smartphones.

Tal formato já foi visto no terror Amizade desfeita, entretanto, em Buscando há algumas liberdades. Utilizando de câmeras secundárias para a apresentação de novos cenários, criou-se uma imersão na história.

Diferente de outros filmes, que acabam passando a mensagem que somos reféns hoje em dia da tecnologia, o longa mostra a utilidade do avanço tecnológico e suas ferramentas ao mostrar como David encontra pistas importantes ao investigar a vida online da filha.

O fato do público ver a investigação pelos olhos de David garante um thriller cheio de momentos de tensão e expectativa. Cada ligação perdida, mensagem lida ou link aberto nos deixa apreensivos, tamanha é a imersão que causa.

As sutis e propositais movimentações de câmera fazem com que o espectador acabe se atentando a algum detalhe e até mesmo buscando na tela novas pistas junto com David.

É fácil criar empatia com os personagens, que são mostrados de forma extremamente humana e nada descartáveis. O desespero de David, o modo como ele não é tão conectado e até mesmo deslocado com a tecnologia são sentidos através das telas em uma brilhante atuação de John Cho.

Apesar de uma conclusão um tanto simplória, Buscando não deixa nada a desejar, sendo um dos thrillers mais envolventes do ano.

Buscando… estréia dia 20 de setembro nos cinemas.

Texto por Louise Minski

Kaio Augusto

Uma pilha gigante de referências. Perdido entre produções orientais e ocidentais, seja nos games, música,literatura, cinema ou quadrinhos. Gasta horas pensando em aventuras de RPG de mesa, teorias malucas ou apenas o que fazer em seguida.