Review – Wolfenstein II: The New Colossus

Blazkowicz ataca novamente!

Como seria um mundo em que os nazistas teriam vencido a segunda grande guerra mundial? Grandes autores já imaginaram essa distopia, no passado, como Philip K. Dick em um de seus maiores romances de ficção científica, O Homem do Castelo Alto.

Wolfenstein: The New Worder foi um dos grandes jogos de tiro em primeira pessoa a apresentar uma premissa semelhante: os nazistas teriam vencido a guerra com o auxílio de uma tecnologia avançada, em específico, a máquina de guerra Deathshead. O protagonista e agente William “B.J.” Blazkowicz tem como objetivo iniciar uma contraofensiva quase que impossível sobre essas forças nazistas que agora ocupam o mundo.

 

Basicamente, o jogador deve se infiltrar em fortes nazistas e lutar contra vários inimigos, enquanto conhece de perto as superarmas que os alemães usaram para tomar posse do mundo.

Marcado pela violência brutal e psicológica, o game faz questão de colocar o jogador frente a questões importantes como a da injustiça social e política, com destaque para o racismo, e a violência física desumana: torturas, experimentos, dentre outros.

Em The New Colossus, a narrativa distópica desenvolvida ao longo de seu antecessor continua. Blazkowicz é um homem quase que indestrutível fisicamente, o que é posto em cheque no desfecho trágico do game anterior em que é deixado à beira da morte. Apesar disso, Terror Billy ainda tem a cara e a coragem para ser a principal frente da resistência contra os nazistas.

Sua história é rapidamente relembrada numa retrospectiva do primeiro game que surge logo no início e que vai até o momento em que B.J se encontra entre a vida e a morte e precisa de uma cirurgia às pressas.

E é dependendo de uma cadeira de rodas para se movimentar, dentro de um submarino nazista que começa a jornada de Billy em The New Colossus. Estando incapacitado de contar com sua força total, o agente deve ser eficaz em fazer aquilo que sabe fazer melhor: eliminar nazistas.

E, nesse quesito, há várias possibilidades. O jogador pode contar com armas poderosas, contextualizadas na narrativa do universo, e até de abates furtivos. Apesar disso, a cautela é constantemente exigida, uma vez que o jogo é extremamente punitivo se não houver o mínimo de cuidado com a saúde do herói.

Mesmo seguindo um estilo de jogo linear, a estrutura de níveis é mais complexa e os cenários ganharam mais verticalidade. Há vários espaços para percorrer e rotas para alcançar e cumprir o objetivo principal, bem como divertidas mecânicas para acessar os mais diversos ambientes.

A Machine Games foi eficiente em produzir uma experiência diferente dos demais jogos de FPS habituais, o que acontece por meio da regeneração de saúde, da necessidade de utilizar de armaduras e com esse próprio cuidado em combate. A exploração também foi melhor incentivada com a inclusão dos perks – vantagens para o Billy -, melhorias para armas e colecionáveis que podem ser encontrados nos cenários.

É importante ressaltar o combate como algo extremamente divertido, ainda que o enredo seja bastante violento e difícil de digerir. Como já mencionado, há cenas explícitas de assassinatos, torturas, violência doméstica, conteúdos que abordam racismo, dentre outras problemáticas. Apesar disso, a história é muito bem desenvolvida e os personagens são carismáticos e têm personalidades bem construídas –  há uma vilã nazista, por exemplo, capaz de deixar qualquer um aterrorizado. É uma pena, porém, que não haja um modo multiplayer, o que seria um belo adicional para um shooter tão bem feito.

Wolfenstein II: The New Colossus é certamente uma ótima sequência para a clássica série de games da Machine e, sem dúvida, um dos shooters mais interessantes da atualidade, tanto em termos de mecânicas, quanto em narrativa. O motor gráfico é outro destaque a ser mencionado, tornando muito mais realista a caótica realidade que os nazistas tomaram conta. Felizmente, Terror Billy está de volta para mostrar a eles seu devido lugar.

Wolfenstein II: The New Colossus está disponível para Xbox One, PlayStation 4 e PC. O jogo será lançado para Nintendo Switch em 2018. 

Letícia Motta

Huge nerd. Apaixonada por eSports, JRPG's e ficção científica. Passa as horas vagas nos videogames e PC.