Review – Soul Calibur VI

Um conto de almas, espadas e escolhas de design duvidosas

Ao iniciar um jogo de luta, existem certos elementos de design que são esperados. A maneira como os menus são colocados no game pouco importam, mas a tela de seleção de personagens, seja em qual modo for, é algo quase imutável. Pequenas fotos de cada lutador, dispostos em fileiras, prontos para serem escolhidos e caírem na porrada. Porém, Soul Calibur VI adota uma série de mudanças questionáveis sobre padrões que até afetam a jogabilidade, de certo modo.

Soul Calibur VI é reboot da história da franquia, que conta a história da espada Soul Edge, uma lâmina maligna capaz de decidir o destino do mundo. Porém, uma heroína consegue parar este poder maligno e forjar uma arma que poderá equilibrar esta luta, a Soul Calibur.

Apesar desta narrativa cheia de heróis e vilões, a maneira que isto é contado no jogo é burocrático e até cansativo. Para acompanhar a história, é preciso jogar o modo “Soul of Libra”, onde o jogador pode customizar o personagem e decidir como ele irá se comportar, escolhendo entre opções que te levarão a empunhar uma das duas espadas. O design deste modo é pouco inspirado, se prendendo em acontecimentos descritos por texto e, entre uma coisa e outra, uma luta. Estamos falando do estúdio que trouxe Tekken 7 há pouco tempo atrás, que tinha um modo história cinematográfico fascinante, com uma ótima história que aproximava os fãs dos personagens já amados.

 

Retomando as estranhas escolhas de design de Soul Calibur VI, até entrar no modo arcade é meio sem graça. Você precisava navegar por uma série de menus para então poder acessar a sequência de lutas. Nem escolher o personagem ganha um charme, é apenas uma thumb com o rostinho dele, falta um pouco de empolgação para começar a luta se você não consegue nem ver o modelo 3D do lutador.

A luta em si continua bem semelhante ao de outros jogos da série, os combos encaixam fácil e as sequências, quando bem executadas, podem ser letais. A mudança aqui é que os especiais são mais fáceis de serem executados. Soul Calibur VI também adiciona a mecânica de “Reversal Edge” que ajudam muito a se libertar de uma sequência de combos.

É estranho ver que Soul Calibur VI saiu desta maneira, como fosse apenas para cumprir uma tabela. O jogo peca na hora de despertar a vontade de continuar com as lutas. Mesmo o modo de criação cheio de possibilidades não é o suficiente para segurar a atenção por tanto tempo. Se eu fosse Geralt, eu ficaria em Rivia mesmo, aproveitando umas partidas de GWENT.

 

Kaio Augusto

Uma pilha gigante de referências. Perdido entre produções orientais e ocidentais, seja nos games, música,literatura, cinema ou quadrinhos. Gasta horas pensando em aventuras de RPG de mesa, teorias malucas ou apenas o que fazer em seguida.