Review – Prey

Prey é a perfeita junção de elementos comuns de gameplay com uma ótima ficção científica

Eu gosto muito do tema espacial. Gravidade zero, naves, alienígenas e tecnologias do futuro sempre me encantaram de uma forma que honestamente não sei explicar. Prey, reboot de mesmo nome publicado pela Bethesda e desenvolvido pela Arkane Studios reúne todos esses detalhes de ficção científica se mesclando a um clima de mistério com jogabilidades bem conhecidas pelo público.

Pode-se dizer que ele é um Bioshock espacial, tanto em mecânicas, forma de narrativa e qualidade. Controlando o protagonista que pode ser tanto homem ou mulher, o jogador aos poucos aprende sobre o ecossistema, pesquisas e pessoas que viviam na estação espacial, Talos I. Tudo isso ocorre após os alienígenas que eram estudados  se soltarem no meio de um experimento, matando a maioria dos que viviam lá e obrigando o personagem principal a agir antes que todas aquelas criaturas tenham contato com o resto da humanidade.

Os alienígenas, chamados de Typhon são os responsáveis pela dificuldade do game e o suspense que ele carrega. Cada um tem aparência e habilidade diferentes. Todas elas feitas de uma forma ameaçadora e que de alguma forma pode levar o protagonista a morte. Muito semelhantes ao simbionte dos quadrinhos da Marvel. Eles variam entre uns pequenos parecidos com aranha que conseguem se transformar em objetos do cenário, humanoides com poderes elementares e até gigantes extremamente ameaçadores.

Essa variedade é uma parte vital do game. As criaturas são a mecânica de Prey- independente da história que ainda sim, as explicam muito bem. O fato de qualquer objeto pode ser um alien e de que qualquer encontro com uma das criaturas pode ser mortal cria uma apreensão e um mistério delicioso que fortalece todo o game e da uma vida única para a estação espacial.

Além das criaturas outro elemento que dá vida à Talos I são as pequenas anedotas que a cercam por e-mails, bilhetes,áudios e objetos. Elas dão a sensação quase instantânea de que aquele é realmente um ambiente em que centenas de pessoas viveram e de alguma forma tiveram algum tipo de relação. Cada ambiente parece ter sua própria história que de alguma forma se conecta por toda a estação. Não é atoa que é possível procurar em alguns computadores por toda a tripulação, permitindo o jogador explorar ainda mais as suas histórias, além de claro, tentar achar itens e cartões de acesso que aquela pessoa tem possivelmente.

Essas histórias se intensificam ainda mais nas missões secundárias que de forma sutil são liberadas ao jogador. Surgindo tanto por e-mails lidos, quanto por acontecimentos da trama que podem ser completamente ignoradas. Diferente do que ocorre em muitos jogos, essas missões mantém a alta qualidade que as  principais carregam, desde explorar áreas sem gravidade fora e dentro da estação como outros que podem nunca serem descobertos.

Os cartões de acesso são as vezes apenas uma das maneiras de entrar em lugares da estação espacial. Prey, tal qual Deus Ex, dá a possibilidade ao jogador de ser criativo em diversos locais diferentes. Desde hackeando, achando senhas ou usando de aberturas. Uma das possibilidades dadas pelo jogo é a arma Gloom, que além de congelar o inimigo, consegue criar bolotas no chão e na parede, fazendo plataformas para chegar em lugares altos ou com buracos.

Outro sistema que se assemelha com Deus Ex são as evoluções do personagem,porém aqui elas tem uma profundidade a mais. O jogador consegue PSY, um item que permite melhorar as habilidades do protagonista. Aumentar força, conhecimentos de hacker e etc. A partir de um certo momento da campanha é possível aprender habilidades copiadas dos aliens, se transformar em objetos, usar golpes de energia elementar e etc. A questão é que quanto mais se evolui essa parte alien, menos humano o jogador é e mais perigoso fica explorar a Talos I, pois torretas passam a te ver como inimigo e uma enorme criatura,chamada Pesadelo passa a te perseguir algumas vezes.

Prey  mesmo sem originalidade trabalha bem em tudo o que faz e consegue ser uma ficção científica impressionante com uma jogabilidade que se torna perfeita com a imersão que o cenário trás. Mesmo que sua camera seja ruim com análogicos no inicio, com pouco tempo e adaptação, a jogabilidade tanto dentro da estação quanto em cenários sem gravidade se tornam fáceis de manusear. Possibilitado aproveitar ainda mais das milhares de formas que o jogo se permite ser jogado. A Bethesda junto com a Ark Studios mesmo mudando completamente a franquia, criou um game impressionante que mesmo não chamando atenção como os recente lançamentos, é com certeza um dos grandes jogos do ano.

Texto por Silvio Diaz do site O Player 2