Review – Outlast 2

Boa história, mais coisas grotescas, mas não foge da fórmula

Nos últimos anos o mercado de jogos vem se saturando do gênero terror, normalmente em primeira pessoa, não é possível se defender, enigmas para resolver e correr é a solução. Não que isso seja ruim, muitos jogos conseguem utilizar muito bem destes elementos com suas peculiaridades, como famoso Amnesia, que desencadeou o gênero atualmente, Outlast, Alien Isolation, Layers of Fear e outros. Outlast 2 continua com essa fórmula e as peculiaridades do jogo anterior, mas falha ao inovar e mostrar algo de diferente para a franquia.

Temos uma história muito mais trabalhada, se aprofundando no protagonista, não focando somente no enredo do que acontece a sua volta. Blake Langermann trabalha como cameraman junto de sua esposa, Lynn, ambos jornalistas que se sacrificam para pegar notícias que ninguém arriscaria em tocar, algo muito parecido com o primeiro, começando aí.

Eles fazem uma viagem para o Arizona, seu objetivo é investigar o assassinato de uma mulher chamada Jane Doe. Ela foi encontrada grávida de 8 meses no meio da rua, antes de ter cometido suicídio no hospital que à levaram. De acordo com o clima do deserto e áreas inacessíveis por alguns veículos os dois teriam de fazer sua viagem de helicóptero, que por algum motivo acabou sofrendo um acidente, Blake acorda alguns momentos depois sem sinais de Lynn, ele se vê perdido numa vila com membros de alguma espécie de culto local, seu objetivo é achar Lynn e fugir de onde quer que estejam.

A jogabilidade é a mesma coisa que no primeiro jogo da série, utilizar a câmera para filmar certas coisas ao decorrer do jogo, utilização constante da visão noturna e a necessidade de encontrar pilhas para recarregar e sair correndo de tudo e todos. A única mecânica bem minúscula incluída e pouco utilizada é a de deitar e rastejar, pois existem certas partes em que é necessário para atravessar, mas só isso mesmo, de resto, nada demais.

No primeiro jogo, o jornalista se aventura em um tipo de manicômio onde o governo estava secretamente fazendo pesquisas sobre coisas muito bizarras. Outlast 2 não fica longe dessa bizarrice, só que dessa vez, o envolvido é o fanatismo religioso. Uma vila no meio do nada acredita em nada além da palavra de Deus e seu pastor, onde uma criança pode nascer a qualquer dia e representar o fim do mundo sendo o anti cristo. E Blake precisa fugir destas pessoas, encontrar sua mulher e sair correndo o mais rápido possível de lá.

Além disso, a história também traz o passado do protagonista a tona, aparentemente com um trauma vivido na infância em uma escola religiosa, vários momentos o jogador vive flashbacks onde é preciso andar por uma escola vazia e silenciosa, para muitos, isso é amedrontador.

O design grotesco e desconfortável de Outlast 2 foi muito bem feito, se as pessoas se impressionaram com o primeiro, nesse quesito, a Red Barrels mandou muito bem. Já a ambientação, dependendo do jogador, pode ou não ter sido melhorado. A atmosfera é realmente arrepiante, mas uma vez que acostumado com o “estilo Outlast”, o céu é o limite, sair correndo para o caminho certo é a chave para os de corações fortes.

No geral, Outlast 2 é um jogo bom, mas não inova com relação ao gênero, algo que Alien Isolation conseguiu fazer, e muito bem, mas vale juntar um grupo de amigos e se aventurar nesta aterrorizante vila no meio do nada. Para os Consolistas (PS4 e Xbox One), Outlast Trinity, versão com Outlast, DLC e Outlast 2, já está disponível fisicamente e para PC somente Outlast 2 também está via Steam.

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.