Review – Minit

Muitas aventuras em 60 segundos

Não são raros os games que gostam de brincar com o tempo. The Legend of Zelda: Majora’s Mask fez isso de uma forma bastante inovadora no passado, afinal, quem não se recorda de ficar em desespero para derrotar Skull Kid dentro de um período de 72 horas? Outras grandes franquias como Resident Evil e GTA, também foram eficientes em colocar o jogador contra o tempo em algumas missões e esse, certamente, era um fator bastante desafiador em termos de gameplay.

Mas qual seria o sentido de determinar um tempo para que as coisas sejam cumpridas dentro de jogo? O que se espera do comportamento do jogador, diante dessa sentença imposta? Pode-se pensar numa série de fatores que estruturem essa lógica de pensamento. Um desses elementos consiste, por exemplo, em exercitar a memória e aprendizado do jogador diante de determinadas situações.

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Minit é uma pequena aventura que busca testar de maneira divertida como o jogador pode aprender em 60 segundos. A premissa colocada é: uma vez inserido naquele estranho mundo, é necessário quebrar uma terrível maldição que faz com que cada dia termine exatamente em um minuto. Para isso, é preciso explorar os cenários e solucionar quebra cabeças o mais rápido possível.

Isso parece desesperador, mas não menos viciante. Com um design alternativo pixelado em preto e branco, Minit é capaz de suscitar um sentimento constante de curiosidade e provocar uma sensação de desafio para o jogador. Isso se dá não somente em função do tempo limitado, mas principalmente da quantidade de coisas que podem ser feitas dentro daquele período.

E é nesse ponto que o game funciona de maneira excelente ao testar a aprendizagem, exigindo inúmeras vezes que o jogador repita os mesmos passos para cumprir determinada tarefa antes que o minuto acabe. Assim como em vários jogos da saga Legend of Zelda, tentativas erradas serão punidas e os acertos, recompensados.

É claro que o jogador vai ‘’perder’’ tempo explorando e buscando o que deve fazer e será punido com o fim do dia, que faz com que retorne ao início. Ao mesmo tempo, todo progresso ou qualquer mudança significativa conquistada, como um novo item, serão salvos. É dessa forma que o jogo retribui o esforço e a capacidade do jogador de se adaptar à contingência proposta.

Os enigmas colocados e a interação que o jogo propõe são outros pontos fortes. Não há como não se divertir em Minit, mesmo que os 60 segundos estejam se esgotando. Não há um sentimento de que que as tentativas não estão valendo a pena, porque toda hora é possível descobrir algo novo como personagens e lugares secretos e isso, por si só, já é reforçador.

No final das contas, não importa quantas horas sejam necessárias para enfrentar Skull Kid e nem quantas coisas possam ser resolvidas dentro de um minuto. O mais importante é como se desenvolve a trajetória e a forma como jogador se relaciona com esse processo de evolução e progressão. Minit é capaz de proporcionar isso de maneira bastante cativante, fazendo com que o jogador precise se adaptar ao seu estilo não linear e insano, ao descobrir um novo conceito de diversão.

Letícia Motta

Huge nerd. Apaixonada por eSports, JRPG's e ficção científica. Passa as horas vagas nos videogames e PC.