Review – Mega Man 11

O clássico é sempre imutável?

Em 2013, quando Keiji Inafune anunciou o kickstarter de Mighty Nº9, todos acharam que esta seria uma releitura de Mega Man que esperavam. Toda a história que seguiu todos já conhecem. Para comemorar os 30 anos de história do robô azul, a Capcom anunciou o lançamento de Mega Man 11, a evolução dos jogos clássicos da franquia.

Se você já jogou qualquer outro Mega Man da saga original, não há nenhuma grande surpresa em Mega Man 11. A evolução é tão pouco perceptível que até a história é inocente. A narrativa começa quando Dr. Light e Dr. Willy eram jovens na faculdade de robótica, onde Light acusa seu rival de desenvolver tecnologias que podem ameaçar a humanidade. Anos depois, Willy retoma o projeto do Double Gear para dar mais potencial aos robôs e fazê-los obedecerem ordens. Aí é que aquele que é puro aço e que também é ferro e fogo entra em cena.

O novo elemento que complementa a experiência de Run n’ gun do Mega Man 11 é o Double Gear, que permite o jogador aumentar a força dos tiros ou diminuir o tempo para evitar o dano de certos inimigos. A promessa parece muito boa no começo, porém logo é fácil de perceber que habilidade de deixar tudo mais lento é mais vantajosa. Ela acaba sendo a única necessidade desta nova jogabilidade.

O maior problema que Mega Man 11 carrega são as fases, por vários motivos. A maioria delas é longa e se estende além do necessário. Além disso, elas quase sempre contam com desafio que exigem pulos certeiros para alcançar um ponto específico, sendo bastante frustrante quando algo dá errado e é preciso recomeçar o caminho. Os inimigos são fáceis de lidar, mas os obstáculos são bem massantes em alguns casos.

Alguns dos chefes de fase são bem criativos, representando o que fez muito da fama da saga de Mega Man. As lutas continuam divertidas e também dependem do uso do Double Gear. Como dito antes, nada que diminuir o tempo não resolva.

Talvez falte um pouco de risco para Mega Man 11. O jogo é o que se espera de um novo título desta série, apenas com um pequeno elemento para tentar parecer que tenha uma grande novidade. Os fãs mais assíduos dirão que nada precisa mudar neste clássico, mas a verdade é que talvez algo de novo pudesse fazer bem para o menino que é puro aço.

Kaio Augusto

Uma pilha gigante de referências. Perdido entre produções orientais e ocidentais, seja nos games, música,literatura, cinema ou quadrinhos. Gasta horas pensando em aventuras de RPG de mesa, teorias malucas ou apenas o que fazer em seguida.