Review – LEGO DC Super-villains

A vilania não passa de uma skin do heroísmo

Em tempos onde os anti-heróis e vilões ganham cada vez mais o carinho do público, a franquia de LEGO para os videogames decidiu abraçar a ideia. Após inúmeros jogos de heróis, LEGO DC Super-villains coloca o jogador no controle de grandes figuras más do universo DC. Porém, algumas coisas não se encaixam tão bem quanto os outros jogos de bloquinhos de montar.

Em LEGO DC Super-villains, temos Lex Luthor com um plano para vencer a Liga da Justiça, porém, esta ideia é frustrada quando os alter egos dos heróis da Terra-3 surgem. O pior disto tudo é que estes novos heróis parecem ser tão maus quanto os próprios vilões da Liga. Um dos maiores méritos da franquia LEGO na adaptação das histórias em quadrinhos é o quão fundo na loucura destas narrativas a TT Games pode ir. Não existe vergonha de trabalhar o multiverso aqui, coisa que as séries adotaram apenas agora.

Outro ponto muito divertido de LEGO DC Super-villains é a figura do Recruta. Um vilão novato, criado pelo jogador, que irá ganhar espaço em todo mundo da vilania. Este personagem é parte da história, mas não é tão importante dentro dela. A presença dele mostra como a edição dos jogos LEGO pode ser bem trabalhada. Além disso, ele funciona como mais um elemento cômico dentro das cutscenes sempre bem humoradas dos jogos de LEGO.

Porém, entrar neste mundo depois de ter jogados outros tantos títulos da franquia mostra que uma renovação é necessária. O mundo aberto de LEGO DC Super-villains não é tão trabalhado quanto os visto em LEGO Marvel, por exemplo. Aqui, faltam elementos que incentivem a exploração além das missões da história. Até a locomoção, que depende muito mais de veículos do que dos próprios personagens, acaba sendo massante. Mesmo que o foco dos games seja o público infantil, algumas novidades poderiam surgir para renovar o interesse.

Por fim, LEGO DC Super-villains acaba sendo uma skin de vilões para os jogos de heróis já vistos da franquia. A história ainda tira boas risadas, mas a fórmula sempre igual de destruição de cenários e resolução de quebra-cabeças simples com personagens determinados fica rapidamente cansativa. Talvez para conquistar crianças, a franquia LEGO precisaria pensar em algo novo.

Kaio Augusto

Uma pilha gigante de referências. Perdido entre produções orientais e ocidentais, seja nos games, música,literatura, cinema ou quadrinhos. Gasta horas pensando em aventuras de RPG de mesa, teorias malucas ou apenas o que fazer em seguida.