Review – Gears of War 4

Mais inimigos, muros e armas!

Algo que sempre tive em mente é que, se você não gosta de Gears of War, é porque provavelmente nunca jogou. Um dos exclusivos mais famosos e queridinhos está de volta agora com seu mais novo título, o quarto da franquia. Após um não tão agradável último jogo intitulado Gears of War Judgment, o novo game tem como desafio chegar a uma nova geração de consoles e continuar conquistando não apenas seus eternos fãs, mas também toda uma nova legião de jogadores. O shooter em terceira pessoa agora produzido pela The Coalition continua incrível, embora não traga nada muito diferente de seus antecessores.

Gears of War 4 se passa 25 anos após os eventos de Gears of War 3 e traz um novo protagonista, o filho de Marcus Fenix, chamado de James Dominic ‘’JD Fenix’’, que é acompanhado por Del e Kait. O essencial ocorrido em todo esse tempo é brevemente resumido para o jogador por meio de missões jogáveis, bem como no belo prólogo do game. A campanha conta com 24 capítulos, que podem ser terminados em cerca de 9 horas de gameplay.

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Os primeiros capítulos são mais arrastados e repetitivos, nos colocando em confrontos contra robôs, chamados de DeeBees, inimigos bem desinteressantes, por sinal. A trupe de JD faz parte de um grupo chamado “Outsiders”, pessoas que resolveram viver fora da jurisdição do governo supranacional chamado de COG. Ao que parece, desde que a guerra contra os Locusts terminou, o governo passou a agir de maneira ditatorial, controlando seus cidadãos e, inclusive, utilizando de violência para exercer esse controle.

A situação se agrava quando o trio invade um local em construção para roubar um artefato denominado Forjador, que é basicamente uma tecnologia para construção de armas e fortificações. Essa situação gera um grande conflito com Jinn, a líder da COG, que passa a perseguir e atacar o grupo com seus robôs por três longos e tediosos capítulos. A guinada na história se dá pelo surpreendente e interessante aparecimento de um novo inimigo, os Swarms, criaturas que se assemelham aos velhos Locusts e que possuem grande potencial para se tornarem uma verdadeira ameaça.

DeeBees, meh

De um modo geral, a campanha que começa tediosa e maçante se torna muito interessante e envolvente à medida que novos elementos surgem na história. Haveria alguma ligação entre os Swarms e Locusts? De qualquer forma, as criaturas medonhas e nojentas são inimigos mais inteligentes, que tornam o combate muito mais dinâmico e divertido, afinal, que graça tem serrar rôbos ao meio?

No entanto, alguns pontos foram mal explorados, como o desenvolvimento e profundidade dos personagens. Com algumas exceções, a grande maioria das falas não nos cativam, fazendo com que as personalidades pareçam por vezes vazias. Se por um lado temos o retorno de um dos mais queridos personagens da franquia, por outro, não conseguimos criar um laço afetivo forte com seu filho, o novo herói do game.

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A jogabilidade retorna com a identidade clássica da franquia que conquistou a maioria dos fãs, os tiroteios em terceira pessoa à base de muitas coberturas.  Mantendo o padrão já conhecido, com cenários que remetem a salas ou corredores que eventualmente se expandem em áreas mais abertas com a chegada de muitas hordas de inimigos para derrotar e muros para se esconder, além da imensa variedade de armas disponíveis, Gears of War 4 repete a dose, mas não sem trazer algumas poucas novidades como um frenético passeio de moto para derrubar um avião cargueiro.

Com relação ao visual, pode ter certeza que o novo estúdio deu conta do recado. O novo título tem um dos gráficos mais bonitos da nova geração no Xbox, o que também se repete na versão para PC. Os destaques vão para a iluminação e os efeitos bastante realísticos de partículas de fumaça, influenciando positivamente a imersão naquele universo caótico. Além disso, ponto positivo para design dos vários corredores claustrofóbicos inchados de gosmas e casulos vermelhos que causam uma das piores sensações possíveis (me tira daqui!).

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Seria um crime não citar um dos mais divertidos e fenomenais modos multiplayer existentes no universo dos games. Certamente, muito da excelência de Gears of War advém da possibilidade de jogar com outros jogadores, o que torna a experiência muito melhor. O cooperativo da campanha pode ser jogado com até outro jogador localmente ou online. Já o competitivo, chamado de Versus conta com uma grande variedade de mapas, equipamentos e personagens para desbloquear, existindo uma quantidade consistente de modalidades, cada um com seus estilos e regras de funcionamento exclusivos.

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E por fim, o famigerado modo cooperativo Horda que funciona basicamente do mesmo jeito que as edições anteriores: sobreviva a ondas constantes de inimigos, que ficam cada vez mais numerosos e melhor armados. A principal novidade fica com a adição do já citado Forjador, a caixa de ferramentas que pode ser transportada pelos cenários e possibilita comprar armas e fortificações, como arames torretas, sentinelas e arames farpados, itens primordiais para criar estratégias eficientes de combate diante dos ataques inimigos.

Gears of War 4 é certamente um prato cheio para os fãs da franquia e um título muito promissor para os novos jogadores. Apesar da campanha ser um pouco monótona e cansativa em alguns momentos, as cenas épicas de destruição e os combates eletrizantes são de perder o fôlego. Os belos gráficos e o multiplayer bem executado mantém o gás de uma série de games que ainda tem muito a nos apresentar, que venham os próximos!

Gears of War 4 já está disponível para Xbox One e PC.

A análise foi feita com uma cópia do jogo cedida pela NVIDIA.

Letícia Motta

Huge nerd. Apaixonada por eSports, JRPG's e ficção científica. Passa as horas vagas nos videogames e PC.