Review – Detroit: Become Human

Uma história clichê, porém no ponto de vista dos oprimidos

A segregação racial é o impedimento, com base na origem étnica, dos direitos disponíveis para todos os membros de determinada sociedade. Isso ocorreu há muito tempo e ainda ocorre em certos países com relação a gênero, etnia ou religião. Detroit: Become Human aborda esse tema de um outro ponto de vista e de outro modo, onde os Androides, meras máquinas criadas pelo humano para lhe servir, criam consciência e começam a ter vontade própria e exigir seus direitos. Na pele de três androides de classes sociais diferentes, o jogador enfrenta problemas de preconceitos enquanto tenta compreender sua existência no mundo. Desenvolvido pela Quantic Dream, mesmos criadores de Heavy Rain e Beyond Two Souls, o jogo utiliza mesmo gênero narrativo e de jogabilidade.

Como dito acima, Detroit: Become Human, tem o mesmo estilo narrativo dos jogos anteriores do estúdio, assim como semelhança em seu gameplay utilizando mais de um protagonista, com Quick Time Events (QTE) e onde as escolhas importam para o rumo da história. O jogo inicia com a famosa cena de negociação de refém divulgada na E3, na pele de Connor, o jogador investiga a casa para obter pistas e assim ter mais conhecimento sobre o que aconteceu e poder utilizar na hora de negociar. Após uma exploração, hora do diálogo com o androide agressor e assim encerrar o ato. Dependendo de quais evidências coletadas, certas linhas de diálogos são desbloqueadas, e também, dependendo de quais abordagens forem tomadas, consequências podem ser drásticas.

Após isso, o jogador conhece Markus e Kara, androides civis de famílias de diferentes classes sociais, é com eles que todo o questionamento de “Penso, logo existo” começa. Observando preconceitos, modos como são tratados, até que finalmente quebram seu código de programação e começam a ter vontade própria. Um equívoco que pode ser dito é que o contexto de segregação racial nunca é mencionado no mundo do jogo. Com todo o debate entre androides e humanos, poderia haver menções de antigamente entre brancos e negros, mas isso passa reto.

No geral é utilizado várias filosofias conhecidas e enredos que parecerem ser retirados de obras literárias, filmes ou jogos conhecidos por amantes de SciFy.

Sua jogabilidade consiste em andar, explorar o local, obter pistas e conhecimentos ao seu redor, QTE e moldar a narrativa por meio de diálogos e escolhas. Algo que conhecemos bastante entre os próprios jogos da Quantic Dream e a famigerada Telltale games. Não é um gameplay ruim para seu gênero, depende do nicho do jogador, pessoas que gostam mais de narrativas e se envolver na história do que FPS multiplayer, pode ser um ótimo jogo. Imagine assistir um filme onde você decide o rumo da história e aperta botões para o seu personagem não morrer.

Qualidade gráfica não deixa a desejar, Detroit: Become Human traz um belo visual futurista para o jogo e seus personagens, deixando as expressões faciais mais fiéis possíveis à realidade, isso é algo que a Quantic Dream trabalha desde Heavy Rain para PS3. Sua trilha sonora é genérica e não chega a se destacar ou impressionar muito, músicas básicas de cenas de ações ou mistério. A ambientação é muito bem construída, tanto de seu mundo quanto dos personagens, e provavelmente os jogadores podem se afeiçoar mais por um protagonista do que os outros dois durante o percurso.

Detroit: Become Human é um belo jogo para se entreter e aproveitar sua história e seus personagens, as opções de escolhas e até mesmo evidências encontradas durante seu enredo fazem certa diferença para a conclusão, trazendo grande rejogabilidade. Pode ser divertido também jogar junto de amigos tomando decisões juntos e debatendo no meio do jogo, basicamente como assistissem um filme.

No geral, é um jogo legal, porém clichê, não foge muito do que já conhecemos apesar de mostrar um ponto de vista diferente. É interessante a primeiro olhar e talvez jogar algumas partes para ver qual seria a diferença, mas não foge da fórmula Quantic Dream de jogo.

Detroit: Become Human já está disponível exclusivamente para PS4.

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.