Crítica – Venom

Abrindo portas para futuras continuações e dividindo opiniões, Venom enfim chega às telas

Venom, um dos vilões mais conhecidos e adorados do universo do Homem-Aranha, enfim ganha seu filme. De início, as expectativas não eram muitas. Conforme os trailers foram saindo, as expectativas foram aumentando, e a esperança de que algo realmente incrível viesse foi se formando. O longa causou as mais variadas reações, então a dica é: Vá sem expectativas, talvez se surpreenda (de modo bom ou ruim, fica ao critério do espectador).

O longa começa com a queda de um foguete da Fundação Vida, onde podemos ter o primeiro contato com o chamado Simbionte. Após essa introdução, somos apresentados a Eddie Brock (Tom Hardy), jornalista investigativo. Eddie tenta expor o cérebro por trás da Fundação Vida, Drake, que está usando pessoas sem-teto para experimentos com os simbiontes.  Por causa dessa tentativa de exposição, o mundo de Eddie desaba. Perdeu o emprego, a noiva e o apartamento.  Em dado momento, uma cientista da Fundação Vida, horrorizada com o rumo dos acontecimentos no laboratório, entra em contato com Eddie, e lá ele vê provas de que tudo era verdade. E é a partir daí que as coisas começam a ficar interessantes. Humano e simbionte se fundem perfeitamente.

O longa, baseado na saga “Protetor Letal”, adapta de modo até que satisfatório os quadrinhos, mesclando diversos elementos para criar um conteúdo original. Cenas como a cabeça do Venom falando com Eddie, e até mesmo a presença de Riot, podem agradar.

A dinâmica de Venom e Eddie é um ponto a se destacar. No começo, a interação causa estranhamento e usa muito da comédia, coisa que, apesar de render algumas risadas e ser bem típico do universo Marvel, acaba por incomodar um pouco quem esperava um tom mais sério e sombrio. No entanto, a interação fica mais fluida e natural conforme o filme avança, ganhando força de modo sutil, fazendo com que realmente o público pense neles como um único sistema.  É bem interessante ver essa evolução.

No começo do filme, existem certas discrepâncias entre o Eddie de Tom Hardy e o Eddie dos quadrinhos, porém, conforme progredimos, percebemos o quanto Hardy se dedicou ao papel. Já o ator Riz Ahmed, que vive o cientista Drake Carlton, retrata perfeitamente o “visionário malvado” que se finge de bonzinho e compreensivo, sendo um personagem clichê.

O ponto negativo no quesito atuação fica mais por conta de Annie, vivida por Michelle Williams. A química entre ela e Hardy é forçada e inexistente, parecendo muitas vezes deslocada. Até mesmo o novo namorado de Annie tem mais química com Hardy do que ela.

A CGI do filme chega a ser bem inconsistente em alguns momentos. Diversas vezes, Venom parece extremamente real e primoroso, enquanto em outras cenas parece algo de baixo orçamento. As cenas de ação são bem feitas, exageradas e absurdas, é claro, como todo filme baseado em quadrinhos tem que ser. As cenas de perseguição e de luta são aceitáveis, contrabalanceando a fotografia, que é sofrível.

A trilha sonora, como de costume nos filmes da Marvel, é de extrema qualidade, ficando na cabeça mesmo após o final do filme. Venom chega com um primeiro filme que dividiu opiniões , mostrando outros simbiontes e deixando no ar uma cena pós créditos que indica que não vai parar por aí, abrindo as portas para futuras participações do anti-herói no MCU.

O tom mais “divertido” do filme não chega a ser completamente forçado, mas pode desagradar alguns fãs, assim como alguns outros pontos. Porém, é válido assistir, mas sempre lembrando de não ir com altas expectativas.

Venom chega aos cinemas dia 4 de outubro.

Texto por Louise Minski