Crítica – Uma Aventura Lego 2

Filme reproduz a fórmula de seu antecessor e brilha no terceiro ato, mesmo que deixe a desejar no restante do longa

Cinco anos após o desfecho do primeiro filme, a cidade de lego é constantemente atacada por forças alienígenas. Quando seus amigos são raptados, cabe a Emmet a responsabilidade de salvar o mundo lego mais uma vez.

Em 2014, quando Uma Aventura Lego foi lançada, a surpresa foi enorme ao ver que um único filme foi capaz de sintetizar a diversão que Lego tem para muita gente. A marca dinamarquesa há muito tempo já expandia sua marca em produtos além dos blocos de montar, mas foi o filme que melhor condensou o apelo emocional que o brinquedo carrega. É claro, o filme, assim como sua sequência, conta com inúmeras celebridades, diversas participações especiais e ótimas músicas. Mas, o que tornou tudo tão especial foi a trama do pai e do filho Finn e a relação dos dois com Lego que conseguiu abordar de maneira tão doce o que é ser pai e filho. Uma Aventura Lego 2 segue o mesmo caminho, se espelhando na jornada trilhada no primeiro longa para criar uma nova: a de Finn e sua irmã mais nova, Bianca.
Se o original foi capaz de apresentar inúmeras franquias as quais a Lego tem direito sem jamais perder o tato, o mesmo não pode ser dito de sua sequência. As aparições especiais, que praticamente se limitam ao primeiro ato, não encontram real motivo para estar ali. Claro, não há como esperar que haja uma história complexa envolvendo personagens tão distintos, mas quando as piadas com os convidados especiais não funcionam é porque há algo errado. A exceção a regra é a Liga da Justiça, que é muito bem integrada a história do filme e rende as melhores piadas da película.
Se o primeiro ato acaba se estendendo mais do que deveria, o segundo toma pra si a obrigação de superar as barrigas criadas no começo da história. A impressão que se dá é que o roteiro cria inúmeras voltas desnecessárias, apenas para suprir a falta de uma boa história. As músicas são a única parte que salvam do desastroso segundo ato, mas nem elas são capazes de sustentar algo tão vazio e monótono. Entretanto, é com enorme surpresa que o terceiro ato arrebata o cinema com sua qualidade e sensibilidade, recuperando a beleza do primeiro filme e mostrando que sim, havia muito a ser dito. É verdade que o terceiro ato só se constrói com tamanha grandiosidade pois detalhes inseridos na metade do filme enriquecem e potencializam o final. Ainda assim, é frustrante perceber como Uma Aventura Lego 2 desperdiça boa parte de seu tempo com um filme pouco inspirado, tendo em vista quão belo é o seu final.

No final das contas, o filme repete a fórmula do seu antecessor, entregando um produto inferior, mas que ainda contém muita alma, sendo capaz de agradar é emocionar crianças e adultos, pais e filhos e irmãos e irmãs.

Texto por Daniel Vila Nova

Daniel Vila Nova

Fã de literatura, vai de Machado de Assis a Turma da Mônica em uma única sentença. Jogador de RPG, tem todos os consoles da Sony mas jura que não é Sonysta. Adora filmes ruins.