Crítica – Tokyo Ghoul (Live Action)

Longa surpreende com efeitos especiais e por fidelidade a obra

Tokyo Ghoul é o segundo lançamento do Festival de Ação Japonês organizado pela Sato Company. O título é conhecido pelo público devido ao sucesso do anime lançado em 2014 pelo estúdio Pierrot, escrito por Sui Ishida. Não é de hoje que live actions, de modo geral, não empolgam tanto aos fãs devido as muitas experiências decepcionantes. Talvez por isso Tokyo Ghoul tenha sido uma grata surpresa, sendo hoje considerado uma das melhores adaptações japonesas com atores reais.

Caso não conheça, a trama se passa em um universo onde existem humanos e ghouls, criaturas que sobrevivem apenas de carne humana, devido a sua constituição física. O jovem e tímido protagonista, Kaneki Ken, tem o azar de se tornar alvo de uma ghoul fêmea que o encurrala, quase o levando a morte e assim mudando seu destino para sempre. Ken logo percebe que se torna ghoul e tem de aprender a conviver com este novo corpo e dentro da nova sociedade que o aguarda.

O filme aborda até quase o final da primeira temporada. A história é introduzida de forma paciente e de fácil entendimento para novos espectadores, mantendo um bom ritmo, bastante fiel a obra original, não só no enredo, mas contando também com os efeitos especiais de ponta, lutas bem coreografadas e muito sangue, bem ao estilo gore japonês. A caracterização dos personagens é boa e fiel, sem que seja forçada. Já o carisma, digamos que não é bem distribuído, continua impossível não gostar de Touka e Hinami (personagens que são centro emocional da primeira temporada em anime), mas Kaneki consegue estar mais desengonçado e menos carismático do que na animação.

Para espectadores mais experientes, é simplesmente impossível sentir pena ou ter qualquer sentimento que não seja a ansiedade de vê-lo reagindo e usando seu potencial de verdade. Existem alguns problemas na história como quando ocorre o assassinato de um ghoul e coisas fora do comum a céu aberto, em plena luz do dia, sem ninguém passando na rua, mas isso é um ponto que não prejudica em nada a experiência.

Diferente das outras obras do Japan Film Experience, Tokyo Ghoul é o primeiro a ser exibido dublado, o que com certeza é uma faca de dois gumes. A dublagem é bem feita, mas não é bem adaptada para o público, algumas expressões, como os gritos, não parecem naturais, algumas vozes não combinam com os atores. É totalmente compreensível, visto que a atuação japonesa é muito diferente do que estamos acostumados a dublar, como desenhos e outras produções americanas.

Tokyo Ghoul está disponível nos cinemas até dia 21/09, a próxima obra a ser exibida será BraveStorm encerrando o Festival de Ação Japonês.