Crítica – Rei Arthur: A Lenda da Espada

Guy Ritchie mostra conforto ao dirigir uma fantasia medieval

A história de Arthur e seus cavaleiros é uma das lendas mais importantes do ocidente. O conto britânico que narra o nascimento da Inglaterra, envolvendo elementos místicos, já foi adapta de diversas maneiras. Desde a série pela visão de Merlin até a visão feminina das páginas de As Brumas de Avalon, cada uma mostra uma maneira de encorporar os valores da mesma história. Rei Arthur: A Lenda da Espada traz Guy Ritchie apresentando uma visão fantástica e cheia de elementos próprios nessa nova versão da lenda britânica.

Rei Arthur: A Lenda da Espada traz a história de Arthur, um órfão que ganha a vida com negócios escusos, mas que tem a vida mudada após ser descoberto como a figura principal de uma antiga profecia. Arthur deve dominar os poderes da espada Excalibur, para que possa vencer o soberano Vortigern e se tornar rei. A sinopse pode ser de qualquer outra obra que adapte a história do rei bretão, mas o que torna esse filme diferente é sem dúvidas a visão que Guy Ritchie coloca nele. Não é esperado em que um filme medieval o diretor consiga colocar sua linguagem “das ruas britânicas”, mas isso está presente e criam um humor na medida certa em cenas do filme. A cenas com cortes rápidos, mostrando o dia-a-dia de alguém, são feitas para que o espectador tenha uma noção de passagem de tempo e no fim não há nada que é perdido quando ocorrem.

O primeiro contato com a fantasia que o trailer apresentava deixava a impressão de que isso seria algo onírico, sendo como visões ou sonhos do protagonista em algum momento. Porém isso é quebrado logo nos primeiros minutos, onde o filme admite que irá sim colocar magia em sua narrativa. Não há vergonha nenhuma em acrescentar elementos fantásticos à história de alguém que recebeu seu direito de governar por alguém conhecida como a Dama do Lago. Essa foi uma decisão acertada, aceitando que tudo que cerca a lenda de Arthur está muito além de histórias de cavalaria baseadas na realidade. O diretor se mostra muito confortável ao trabalhar com este tipo de elementos visuais, criando uma identidade que lembram muito aventuras saídas de páginas de grandes sagas literárias do gênero fantástico.

Rei Arthur: A Lenda da Espada é o sonho da possibilidade de adaptação de uma aventura de Dungeons and Dragons para o cinema. Há cenas de ação inteiras que parecem saídas de um game e que trazem a vontade de estar no controle. Guy Ritchie consegue apresentar uma divertida aventura repleta de fantasia e com um roteiro que traz diversos dos elementos clássicos das histórias Arturianas.

Kaio Augusto

Uma pilha gigante de referências. Perdido entre produções orientais e ocidentais, seja nos games, música,literatura, cinema ou quadrinhos. Gasta horas pensando em aventuras de RPG de mesa, teorias malucas ou apenas o que fazer em seguida.