Crítica – Quebra Nozes e os Quatro Reinos

O clássico contado de uma nova forma

O famoso ballet composto por Tchaikovsky em 1891, O Quebra Nozes, já ganhou inúmeras adaptações para a televisão e cinema. Sendo passado tradicionalmente na época de natal, devido a sua temática, até hoje encanta adultos e crianças. Mais uma vez, a Disney resolve recriar essa história tão icônica em Quebra Nozes e os Quatro Reinos, dessa vez de uma forma um pouco diferente da que sempre vimos, mas sem perder sua essência.

Clara, uma menina inteligente e com uma facilidade incrível de criar e consertar engenhocas, e sua família vão passar o primeiro natal sem a mãe. Todos estão abatidos, mas ainda assim querem manter as aparências, enquanto Clara acha isso um absurdo. Ela quer ter o direito de ficar triste. Na véspera de natal, seu pai dá a ela e aos irmãos presentes que a mãe deixou antes de morrer. Intrigada com seu presente, Clara pede ajuda ao seu padrinho, Drosselmeyer, durante a festa de natal, e acaba descobrindo um novo reino.

O que difere essa história das outras histórias já contadas do Quebra Nozes é o seguinte: Clara não ganha o quebra nozes do padrinho, não sonha com o quebra nozes ganhando vida e não salva o reino dos ratos, como acontece no original e em suas adaptações. O que acontece é que, quem viveu tudo isso foi sua falecida mãe, que acabou sendo considerada rainha daquele reino. Agora que o descobriu, Clara precisa ajudar o reino, que está mais uma vez em apuros.

Uma coisa muito interessante do filme, é que há bailarinos de verdade nele, encenando o ballet de Tchaikovsky, com direito a todas as músicas tão clássicas e conhecidas. É uma chance das pessoas terem contato com o ballet talvez pela primeira vez. Não só há bailarinos de verdade, como a bailarina principal é Misty Copeland, a primeira bailarina afro-americana que teve destaque nas peças.

Mackenzie Foy (Clara) e Jayden Fowora-Knight fazem muito bem seu trabalho, sendo personagens principais consistentes e com uma boa química atuando juntos. Em geral, todo o elenco está impecável, mas o grande destaque fica para Keira Knightley, que vive a Fada Plum. Keira passa as emoções com perfeição: alegria, raiva, fanatismo, entre outras, apesar do papel estar fora da sua zona de conforto. É impressionante ver a mudança da Fada Plum do começo do filme para a Fada Plum do meio e final do filme. Todas as cenas nas quais aparece, Keira é o centro das atenções.

Como esperado da Disney, todo o visual do filme é muito bonito, de figurinos à fotografia e cgi, nunca deixando a magia, que é tão característica, de lado. Até mesmo o quarto reino, que é tido como sombrio, foi retratado magistralmente, com cenas até mesmo um tanto bizarras (de um modo bom).

Como de costuma, há alguns clichês. O romance implicíto entre o quebra nozes e Clara e a luta do bem contra o mal, por exemplo. Porém, não forçam de fato um romance, Clara se vira muito bem sem a ajuda do quebra nozes e o mal não é bem aquilo que esperávamos. Apesar do nome, o quebra nozes não tem tanto destaque. Jayden faz seu papel muito bem, mas não há um protagonismo tão forte quanto no quebra nozes original. As cenas de ballet, apesar de lindíssimas, são bem poucas também.

No geral, Quebra Nozes e os Quatro Reinos é um filme muito bonito, digno da Disney, e feito para toda a família. O longa estréia dia 2 de novembro nos cinemas.

Texto por Louise Minski