Crítica – Pokémon O Filme: Eu Escolho Você

A hora que a infância bate forte

Pokémon – O Filme: Eu Escolho Você! me fez sair do cinema com uma impressão mista. Ao mesmo tempo que senti que havia presenciado um recomeço para Pokémon nas telonas, com direito a um roteiro mais maduro e coerente, também senti que um pedaço de minha infância havia morrido.

O filme basicamente conta o começo da história de Ash indo buscar seu primeiro Pokémon, até aí nada de diferente. Dessa vez, optaram por dar uma explicação do motivo de Ash ficar com o Pikachu, mas tirando isso, é um remake passo-a-passo do primeiro episódio de Pokémon, incluindo apenas algumas mudanças que tornaram o roteiro mais consistente e a animação, que está muito bonita.

De um certo ponto da história em diante eu fiquei ansioso para ver Misty e Brock, e foi aí que eu senti minha infância sendo destruída. Nesse novo universo do filme, eles não existem. Não há nenhuma menção sobre os dois, simplesmente foram apagados do universo de Pokémon. Outra coisa que me incomodou muito foi que nem todos os Pokémons do Ash que originalmente apareciam na primeira temporada do anime, aparecem no filme. Os personagens novos (Vera e Sérgio), são vazios e sem graça se comparado aos clássicos e foram muito mal aproveitados.

Apesar de tudo isso, o filme consegue se redimir por ter uma história muito mais madura e emocional que a do anime, ou mesmo que a dos filmes clássicos (sim, tem cenas mais emocionantes que o Ash virando pedra), algo pelo qual eu não estava preparado. Outro ponto positivo do roteiro foi terem decidido abordar mais lendas da região de Johto, algo que eu não esperava ver em um filme.

A dublagem foi algo que me incomodou muito, mas não porque era ruim, muito pelo contrário, a dublagem é excelente. Fazia uns anos que eu não acompanhava Pokémon e eu não sabia que os dubladores originais não estão mais presentes. No lugar de Fábio Lucindo (Kuririn, Ash) entrou o Charles Emmanuel (Ben 10), porém não demorei a me adaptar a nova dublagem, mas admito que entrei em choque ao ver que os dubladores não eram os mesmos.

Depois do filme fiquei nostálgico e ao chegar em casa fui pesquisar mais sobre o que vem acontecendo no anime nos últimos anos.

Recomendo o filme, especialmente para os que tem curiosidade, mas nunca tiveram paciência para ver Pokémon no começo. O filme traz um recomeço muito maduro e extremamente bem-vindo para os filmes da franquia.

Foram 95 minutos que valem muito a pena serem assistidos.

Texto por Bruno Shepard

Otto

Um rapaz que fez do hobby um trabalho. Sempre interessado em aprender e conhecer mais. Gamer desde criança e aficionado por Board games. Altas madrugadas jogando e trabalhando incansavelmente.