Crítica – Em Ritmo de Fuga

Edgar Wright cria um um filme de ação que utiliza música como combustível

A música é algo que está presente na vida de todos, mas muitas vezes podem não ser tão impactantes no dia-a-dia. Porém ainda existem momentos onde a música perfeita toca no momento correto. É exatamente isso que Edgar Wright faz com as cenas de Em Ritmo de Fuga. Depois desse filme, suas playlists ganharão um significado completamente novo.

Em Ritmo de Fuga conta a história de Baby, um garoto que é um às dos volantes e utiliza suas habilidades como piloto de grandes assaltos à banco. Uma figura peculiar, Baby fica a maior parte do tempo quieto, concentrado nas músicas de seu iPod. O garoto precisa realizar um último trabalho para que possa estar livre desta vida. A sinopse de Em Ritmo de Fuga parece ser a descrição de muitos filmes de “heists”, porém a magia está na transformação de clichês em um filme incrível. Ao contrário de longas de ação atuais, onde a montagem de cada cena se baseia em diversos cortes, Edgar Wright possui sequências de ação bem dirigidas e limpas. É possível se situar perfeitamente em todos os momentos de perseguições de carro de Em Ritmo de Fuga, ao contrário de outros filmes com este tipo de cena.

Os trailers atuais tem brincado com a mistura da música com os sons produzidos nas cenas apresentadas, e Edgar Wright faz isso com a maioria das sequências do filme. Cada faixa da trilha sonora é como o coração do momento em que está inserida. E ao contrário de outros longas, que tentam fazer essa rima narrativa e acabam apenas cansando o espectador, Em Ritmo de Fuga faz essas sequências serem sempre empolgantes. A presença constante das canções também cria um ambiente onde o silêncio é incômodo, causando uma estranheza tremenda quando não há nenhuma música tocando. Outro ponto que precisa ser destacado de Em Ritmo de Fuga são as atuações. É incrível como cada personagem em tela está encaixado em um perfil de assaltante de bancos, todos com toques muito característicos, tornando o humor algo natural dentro da trama.

Em Ritmo de Fuga é o exemplo de como uma história, aparentemente, clichê pode ser algo fresco com os elementos certos. O roteiro do filme foi lapidado desde 2011 por Edgar Wright e esse tempo fez com que o resultado fosse nada menos que primoroso. Em Ritmo de Fuga chega ao final causando um êxtase musical e deixa uma vontade de comprar ingressos para as próximas sessões. E uma pequena dica, tente ouvir a trilha sonora após ver o filme, pois cada faixa terá um significado completamente diferente.

Kaio Augusto

Uma pilha gigante de referências. Perdido entre produções orientais e ocidentais, seja nos games, música,literatura, cinema ou quadrinhos. Gasta horas pensando em aventuras de RPG de mesa, teorias malucas ou apenas o que fazer em seguida.