Crítica – Carros 3

Será essa a última aventura de relâmpago marquinhos?

Desde 1995 a Pixar vem nos entregando longas de animação fantásticos e amados, que nos fazem rir e chorar, um dos pontos mais notáveis da produtora é o conteúdo de seus filmes, apesar de serem de grande público infantil, tem apelos sutis para o público adulto, como adultério em Os Incríveis (2006), distúrbios psicológicos em Procurando Nemo (2003), corporativismo em Monstros SA (2001) ou até mesmo o luto em Up (2009), Carros (2006) acaba se tornando diferente, pois é muito menos impactante nessas abordagens, sem esses apelos sutis, sendo então mais atrativo para o público infantil. Carros 3 (2017), o terceiro da franquia, não é diferente

A história de Carros 3 se passa muitos anos depois do primeiro filme, e praticamente ignora os acontecimentos do segundo, onde Relâmpago McQueen, agora um corredor experiente se depara com uma nova geração de carros ultramodernos e rápidos, especialmente o calouro sensação Jackson Storm e sofre uma imensa pressão para se aposentar. Mas McQueen não quer parar, então junto com sua nova treinadora Cruz Ramirez, ele parte para um treino onde terá sua última chance de provar que é um carro valioso.

Um ponto muito relevante do filme é que ele é muito superior ao anterior, isso já tira o gosto amargo deixado pelo esquecível Carros 2, é um filme bem divertido, porém novamente com um apelo infantil, talvez seja necessário assisti-lo com olhos e coração de criança.

O ponto mais positivo do filme é a inclusão da personagem Cruz Ramirez (Cristela Alonzo/Giovanna Ewbank), ela gera um contraste entre gerações com o McQueen (agora velho) que nos proporciona muitas cenas engraçadas e uma relação muito boa entre os personagens, Relâmpago McQueen (Owen Wilson/Marcelo Garcia) continua marrento, mas bem menos que nos filmes anteriores, agora experiente e com o orgulho alterado.

Os personagens secundários funcionam até certo ponto, infelizmente Mate (Larry the cable guy/Flávio Back) e Sally (Bonnie Hunt/Sylvia Sallustti) aparecem bem menos, já Luigi  (Tony Shalhoub/Fernando Mendonça) e Guido (Guido Quaroni) tem mais espaço criando algumas cenas bem engraçadas. O resto dos secundários servem mais para o plot andar e alguns são completamente descartáveis, o antagonista Jackson Storm (Armie Hammer) é unidimensional, torcemos contra porque ele é “arrogante”, apenas isso.

O segundo ato do filme é arrastado e podia ser bem mais curto, mas o plot twist é ótimo, não tão previsível e aceitável (mesmo que muitos talvez não gostem) e abre espaço para mais filmes da franquia.

Carros 3, apesar de não estar a nível dos grandes da Pixar é uma diversão escapista e vale a pena ser assistido pelo menos uma vez.